Como é SUV elétrico chinês de meio milhão que BYD cedeu para Lula e Janja

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu ontem (24) de executivos da BYD em Brasília (DF) um exemplar do SUV 100% elétrico de sete lugares Tan, que ele e Janja, a primeira-dama, poderão usar durante um ano em regime de comodato.

Com preço sugerido de R$ 529.890, o utilitário esportivo importado da China traz zero emissões de poluentes e tem números de desempenho que chamam a atenção.

O Tan tem 517 cv de potência e 69,3 mkgf de torque, mais aceleração de zero a 100 km/h abaixo dos 5 segundos - números superiores aos do Porsche 911 de entrada, que entrega 385 cv e 45,8 mkgf.

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O modelo oriental, que vai produzir veículos em Camaçari (BA) a partir de 2025, é o primeiro carro de passeio da marca chinesa a desembarcar no Brasil.

Para disputar espaço na categoria de SUVs elétricos premium, o Tan vem baseado em uma tecnologia própria de baterias, mais seguras, e com uma enorme "sopa de letrinhas" associadas as tecnologias presentes no modelo.

A bateria do SUV elétrico é de fosfato de ferro de lítio, uma bateria que é utilizada em alguns outros modelos de carros elétricos e que se destacada da de íons de lítio por ser parcialmente reciclável.

Essa bateria é uma nova tecnologia da BYD, batizada de Blade, que faz os pacotes de bateria mais finos, leves e resistentes a explosão, por exemplo. A garantia é de 8 anos sem limite de quilometragem, enquanto do carro é de 5 anos ou 500 mil km.

Como sempre acontece com carros elétricos, o peso é bem superior se comparado a um equivalente a combustão devido ao pacote de baterias, que geralmente responde por 400 kg a mais. No caso do BYD, o peso total em ordem de marcha é de 2.479 kg.

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Segundo a marca, a carga completa em um carregador rápido (DC) de 110 kW leva 1,3 hora. Ele leva a carga de 30% para 80% em 30 minutos em um carregador rápido. Usando um carregador de corrente alternada (AC) com potência de 7 kW é preciso 15 horas para a carga total.

A autonomia divulgada com 100% de carga na bateria é de 472 km em ciclo urbano, 395 km com uso rodoviário e autonomia combinada de 437 km, segundo a BYD.

Dimensões

O Tan tem 4,87 m de comprimento, 1,95 m de largura, 1,72 m de altura e 2,82 m de entre-eixos. Como método de comparação, as medidas são maiores em 11 cm no comprimento, 10 cm na largura e 4 cm na altura e 3 cm no entre-eixos do que o Jeep Commander, outro modelo de 7 lugares no mercado.

De acordo com a BYD, o porta-malas pode ter 235 litros com os sete assentos em uso, 940 litros com 5 assentos em uso ou 1.655 litros com a segunda e terceira fileiras rebatidas. A abertura é elétrica por dentro, pela chave ou por meio de movimentos com o pé sob o para-choque.

Equipamentos

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A lista de equipamentos é farta. O modelo traz pacote com frenagem autônoma de emergência, leitor de faixa com correção no volante, alertas de colisão traseira, tráfego cruzado e alerta de ponto cego.

Há ainda leitor de placas de trânsito, sensor de pressão nos pneus, assistente de descida e de partida em rampa, além é claro dos controles de tração e estabilidade, piloto automático adaptativo (ACC) e alerta de tráfego na abertura das portas.

Ele tem chave presencial com partida por botão e vem preparado para usar o smartphone como chave também, por meio da tecnologia NFC, a mesma que permite usar o smartphone como cartão do banco. O painel de instrumentos é virtual, de alta resolução e tem três configurações de mostradores.

Por dentro há seis airbags, carregamento de celular por indução, ajuste elétrico da coluna de direção em distância e altura, ar-condicionado de duas zonas com aquecimento e ventilação nos bancos dianteiros, tudo controlado pela central multimídia de 15,6" que gira e permite usá-la na vertical ou na horizontal ao toque de um botão na tela ou no volante.

O lado lúdico, além da iluminação interna fica por conta do sistema de monitoramento do entorno do veículo. Além das câmeras 360º externas, que criam a projeção de uma imagem superior do carro em manobras, há uma câmera virada para dentro do carro com lente grande angular, que permite gravar vídeos e tirar fotos dos ocupantes, como se estivesse usando um smartphone, tudo controlado pela central.

O SUV traz também rodas de liga-leve de 22 polegadas com pneus de medida 265/40 R22. O sistema de freio é da grife italiana Brembo com pinças flutuantes e discos ventilados na dianteira e na traseira.

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Todas as luzes dos faróis e lanternas são de LEDs, incluindo os "cornering lights", que são as luzes de neblina que acompanham o movimento do volante e acendem nas curvas. O interior oferece iluminação personalizável com diversas opções de cores com a mesma tecnologia.

Como o BYD acelera

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Por dentro, um possível preconceito com o carro chinês que ainda possa existir tende a desaparecer logo no primeiro contato. O acabamento é de qualidade em todos os componentes do interior da cabine e a ergonomia parece interessante para ter todos os comandos à mão.

O espaço parece bom para cinco ocupantes graças ao piso plano na segunda fileira de bancos. O espaço da terceira fileira parece acomodar bem apenas crianças ou pessoas com altura inferior a 1,60 m.

Com dois motores elétricos, um em cada eixo, o Tan trabalha como um SUV de tração dianteira na maior parte do tempo e entra como um SUV de tração integral (AWD) quando necessário.

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A entrega dos 517 cv e 69,3 mkgf vem na forma de uma "patada". Mesmo com suas quase 2,5 toneladas, a aceleração em 4,6 segundos surpreende bastante e conta até com uma opção no painel de instrumentos que marca o tempo da arrancada.

As dimensões bem colossais do SUV elétrico até que surpreendem pelo relativo conforto que ele passa em uma pilotagem mais dinâmica. O fato do pacote de bateria estar alojado no assoalho ajuda a melhorar a estabilidade nas curvas, situação em que o carro não balança tanto lateralmente quanto se esperava.

Com sistema de renegeneração de energia nas frenagens, o Tan, como os demais híbridos e elétricos do mercado, exige que se "reaprenda" a frear, colocando mais pressão no pedal.

Isso porque em um carro convencional qualquer leve toque no freio já inicia a frenagem, enquanto em carros eletrificados primeiro ele inicia a regeneração e com mais pressão começa a frenagem efetivamente, então é preciso ter essa atenção.

O teste curto serviu para ter algumas referências do carro, que tem dois modos de condução: sport e eco, não há um meio-termo na entrega de potência e torque.

Se o chassi até que oferece um acerto adequado para o tamanho e o peso, a direção poderia ser um pouco mais precisa, especialmente quando se tentar andar mais esportivamente para explorar os mais de 500 cavalinhos.

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Em curvas mais fechadas, ou se vier acelerando muito cedo na saída de curva, o BYD tende a sair de frente e coloca o controle de tração para funcionar, "matando" a potência até que o carro esteja equilibrado novamente.

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