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Uber pioneiro: o que mudou no trabalho dos primeiros motoristas de app

Fernando Pedroso

Colaboração para o UOL

17/06/2023 04h00

Quando os aplicativos de transporte surgiram, logo viraram alternativa mais barata e eficaz que os táxis, já que podiam ser chamados de qualquer lugar usando um telefone celular. Eles também viraram a fonte de renda de muitos trabalhadores desempregados ou até que trocaram seus trabalhos pelo volante de um carro.

Mas nestes anos muitas coisas mudaram para os motoristas, chamados pelas empresas de "parceiros".

Para Andrea Costa, 49 anos, e que trabalha para os aplicativos desde 2017, a principal mudança foi a redução nos valores recebidos.

"Os valores das corridas estão bem inferiores ao que eram antes e não acompanharam o preço do combustível. O que a gente sente muito são essas taxas fixas, ou seja, o aplicativo cobra o valor que ele quer do passageiro e repassa um valor bem inferior para nós e não mais porcentagem como era antes", conta.

"Quando comecei, ganhávamos mais, pois o combustível era mais em conta. Hoje o valor que pagam por corrida praticamente é a mesma coisa ou até menos, pois não tem mais o cálculo de quilometragem e minutos", relata Luisa Pereira, de 41 anos, parceira dos aplicativos há sete anos. "Estamos refém dos aplicativos".

Andrea afirma que os motoristas novos não sentem tanto a baixa nos ganhos. "Nós que estamos há bastante tempo conseguimos comparar e ver que o nosso ganho só fez diminuir", disse.

Saber o valor antes, porém, é um ponto positivo apontado por Luisa.

"Hoje dá para ver quanto vamos ganhar, o destino do passageiro. São coisas que ajudam a gente na hora de aceitar a corrida ou não", diz. A motorista, porém, ressalta que os ganhos já não são mais tão altos e agora, para tirar o mesmo lucro, é preciso ficar mais horas na rua trabalhando.

Em uma coisa as duas concordam: a segurança melhorou. As duas relatam que os aplicativos passaram a mostrar mais dados sobre o passageiro, o endereço de destino e a opção de fazer corridas somente para mulheres, no caso delas.

"Podemos falar também que melhorou muito o atendimento ao motorista, nos pontos de apoio onde podemos resolver alguns problemas", relata Luísa.

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