Volkswagen T-Cross: europeus acham que SUV pode ameaçar Golf; veja

UOL Carros analisa o que a mídia europeia achou do modelo compacto: "maduro" e "melhor que T-Roc" são impressões gerais
Você já acompanhou o primeiro contato de UOL Carros com o Volkswagen T-Cross, SUV compacto da marca alemã. Claro, ele só vai surgir em sua forma final no último trimestre deste ano: no Salão de Paris (outubro), para os europeus; no Salão de São Paulo (novembro), para nós brasileiros. Nas lojas, só em 2019. Mas se esta será a primeira aventura da VW do Brasil neste segmento, o mesmo não vale para a Europa.
A plataforma MQB A0 já está sendo usada no Velho Continente em modelos como Seat Arona (derivado do Ibiza), que tem mais ou menos a mesma função que o T-Cross terá -- aliás, o modelo da VW também será fabricado na Espanha (em Navarra). E a própria VW se vira atualmente com o T-Roc, feito sobre a MQB tradicional (base de Golf) e intermediário entre o T-Cross e o Tiguan.
Assim, fica a curiosidade: o que os europeus acharam do T-Cross? Ele será relevante nesse mercado?
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Lembramos que no Brasil, para tirar o atraso e seguindo/mesclando os passos de América do Norte e China, haverá uma enxurrada de SUVs ou similares da Volks: um CUV derivado do nosso Polo no futuro; o T-Cross com entre-eixos de Virtus (2,65 m de entre-eixos); um SUV médio-compacto de cinco lugares; o Tiguan longo; Atlas (tamanho médio-grande e cinco lugares); e o Touareg (grande, cinco lugares, sob encomenda). Preços deverão variar entre pouco mais de R$ 80 mil e R$ 100 mil.
Na Europa, uma linha mais racional e variada -- os hatches são amados, enquanto as peruas seguem fortes e versáteis: T-Cross será o SUV de entrada da VW e terá entre-eixos de Polo (2,56 m); avança para T-Roc; Tiguan curto e Touareg. Valores ficarão bem abaixo dos 20 mil euros (R$ 85 mil).
Ainda assim, há quem diga que o modelo pode ameaçar até mesmo o reinado em vendas do Golf! (Com todo e qualquer respeito ao mercado, vamos bater na madeira três vezes, ok?).
Vamos às opiniões:
Alemanha
A tradicional "Auto Bild", revista e website da Alemanha, chamou o primeiro contato com o modelo de "um passeio confortável no protótipo". Mais: afirma que o T-Cross pode superar o Golf em vendas.
A razão seria combinar bom desempenho do motor, apesar do peso extra em relação ao Polo, e a posição de guiar elevada, do agrado da "geração jovem grudada no celular", com espaço interno e um desenho com mais personalidade que o do hatch.
"O cockpit ainda carrega plástico sem acabamento. 'Por favor, sem fotos', exige VW. 'A direção ainda não é a final', um engenheiro se desculpa. No entanto, em nossa primeira viagem já podemos prever: este T-Cross poderia tirar o Golf do trono. Prognóstico arriscado? O nariz alto e o visual de SUV parecem mais atuais que o do Golf, que nunca muda. Bancos vêm do maior T-Roc, mas menos acolchoados. No porta-malas (385 a 1200 litros,com rebatimento) há bom espaço. Tecnologia e motores vêm em grande parte do Polo. No três-cilindros 1.0 turbo, o ruído é suave, e a transmissão de dupla embreagem vai economizar combustível nas marchas mais altas. Apenas em acelerações mais fortes você sentirá o "peso" do projeto, porque a suspensão é mais confortável do que os conjuntos mais esportivos dos hatches".
Áustria
Com o sugestivo título "baby boomer" (novamente em referência a motoristas jovens), o site austríaco especializado "Motoring" vê o T-Cross como um pequeno Tiguan, "sólido, suave e versátil".
Para a publicação, o modelo, que poderia ser apenas uma versão mais alta do Polo, é mais bem resolvido e "adulto" do que o irmão maior T-Roc, que é derivado do Golf. O motor "entusiasma mais do que a ficha técnica sugere", mas "nunca poderia ser confundido com rápido". Há baixo nível de ruído e vibração, diz o site.
"A última grande peça do quebra-cabeça de SUVs da Volkswagen não será tão pequena quanto se pensava inicialmente. Em vez de um Polo alto, o Volkswagen T-Cross promete ser um crossover sólido, conservador, suave e versátil. Nosso primeiro passeio em um protótipo de construção sugere uma máquina sólida e que se parece mais com um mini-Tiguan do que um T-Roc pequeno.
Todos supunham que o T-Cross seria para o Polo o que o T-Roc era para o Golf: posição de guiar elevada, levemente mais descolado. Mas o T-Cross não é nada disso. É pouca coisa mais curta que o T-Roc e tem mais comportamento adulto do que seu irmão baseado no Golf".
França
Já o francês "L'árgus" vê o T-Cross mais como um modelo que "prefere cuidar dos aspectos práticos", citando espaço, conforto e banco corrediço, do que um veículo original ou emocionante. A publicação descreve o motor 1.0 TSI como "correto": "Desenvolve bem, sem dar respostas vigorosas nas arrancadas. Gama não será ampla, mas coerente".
"Macio e suave no seu funcionamento, ele aceita evoluir bem a baixas rotações, na casa dos 1.500 rpm, sem necessidade de reduzir a marcha. Acima desta marca, o modelo responde com franqueza, mas sem, no entanto, oferecer respostas vigorosas".
Para os franceses, a Volkswagen precisa aperfeiçoar o gerenciamento de calibração, que hoje convence na cidade, mas precisa ser mais forte na estrada, bem como refinar as configurações de suspensão ainda muito trepidantes e melhorar o isolamento, essa já em um bom nível.
"Escolha arriscada no segmento de SUV urbano, prefere cuidar dos aspectos práticos com amplo armazenamento, boa habitabilidade".
Inglaterra
O site Autocar também destaca as trocas rápidas da transmissão DSG e o desempenho do motor, embora ressalve "leve hesitação" quando se exige mais do pedal. A publicação identificou melhor dirigibilidade e comportamento de suspensão na versão diesel -- exclusiva para o mercado europeu. No entanto, nos dois casos, lembra que como a calibração ainda não é a final, o resultado do produto em 2019 pode ser outro.
"Na estrada, o T-Cross, que está disponível apenas com tração dianteira, parece apenas um pouco maior que um Polo. O 1.0 TSI, familiar do Polo e Golf, permanece impressionante nesta aplicação, oferecendo forte torque baixo com um estrondo agradável de três cilindros. Ele se sente ansioso e livre, mesmo que não seja particularmente potente, e a caixa de câmbio de dupla embreagem da DSG é rápida em mudar. Observamos uma leve hesitação sob cargas pesadas de aceleração em algumas ocasiões, mas os engenheiros da VW dizem que ainda há algum trabalho de calibração a ser feito".
"Nosso carro de teste a diesel percorreu um pouco melhor do que o da gasolina -- ambos com rodas de 17 polegadas, embora 16 e 18 também sejam oferecidos -- absorvendo sulcos e rachaduras do solo sem os golpes e vibrações que sentimos no carro a gasolina. Isso pode estar ligado às molas dianteiras levemente mais firmes usadas no modelo mais pesado, fazendo um trabalho melhor em manter o corpo composto, mas suspeitamos que isso seja evidência de uma configuração final indecisa e variações entre esses carros de desenvolvimento muito utilizados".
Espanha
Pois é: alguém torceu o nariz. E foi a versão espanhol da cultuada revista britânica "Top Gear", que conferiu nota 7 de 10 no veredito do jornalista Raúl Salinas.
"No início da marcha, o ruído diminui, embora eu tenha certas vibrações ao viajar até 50 km/h. Quando aumento a velocidade, primeiro em uma estrada secundária e depois em uma estrada, e especialmente quando estou acelerando, o barulho é desagradável".
Ainda assim, o comportamento de direção foi de certa forma ressaltado. "De qualquer forma, o Volkswagen T-Cross é fácil de dirigir e, embora eu não tenha conseguido encontrar os pontos mais sensíveis -- cada protótipo custa mais de 1 milhão de euros, segundo funcionários da VW e não quero ser notícia nos jornais alemães -- o certo é que o T-Cross é estável e dócil ao tomar curvas e forçar mudanças bruscas de direção".
Espaço interior foi o ponto classificado como "muito notável porque até um passageiro de 1,90 metro de altura se encaixa perfeitamente nos bancos traseiros". A revista ainda ressaltou que um motorista de até 1,80 m também viaja folgado. Mas ainda assim há ressalvas.
"Quando viajo como passageiro, o que mais me impressionou é que não há apoio de mão no teto em nenhum dos quatro assentos. Ao perguntar ao engenheiro se é esperado que o T-Cross de série os leve, ele diz que não. Na minha opinião, um erro. De resto, o Volkswagen T-Cross é muito confortável e as suspensões filtram perfeitamente".
O que você achou? Nesta sexta-feira será a vez de nós de UOL Carros dizermos como foi a experiência de dirigir o T-Cross. Fique ligado!
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