No dia 4x4, veja quatro veículos "incomuns" com tração nas quatro rodas
Modelos não são "jipões", mas têm valentia para sair do asfalto
O dia 4 de abril é especial para os fãs de veículos off-road. Nesta data é que se comemora o "Dia 4x4", no qual jipeiros de todas as partes do mundo se reúnem para fazerem o que mais gostam: colocar seus carros na lama.
Só que nem só de jipes vive o universo 4x4. UOL Carros lista quatro modelos que não teriam qualquer aptidão para sair do asfalto se não tivessem tração nas quatro rodas.
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1. Fiat Panda
O Panda nasceu na Itália em 1980 para ser um carro simples. As linhas desenhadas por Giorgetto Giugiaro eram retas e antecipavam os traços do Uno, que viria apenas três anos depois. A simplicidade permanecia no interior, que tinha cores vibrantes e bancos com capas laváveis.
A grande surpresa, porém, era a oferta da tração 4x4. O sistema desenvolvido pela austríaca Steyr-Puch foi o primeiro instalado em um veículo compacto com motor transversal. Seu acionamento acontecia por uma alavanca e a primeira marcha era extremamente reduzida (e indicada exclusivamente para uso off-road), a ponto de o condutor precisar sair da imobilidade em segunda marcha para não prejudicar o conjunto no asfalto.
Todo o conjunto de tração, incluindo até o eixo traseiro com freios e diferencial, era fornecido pela Steyr-Puch à Fiat, que apenas o instalava na carroceria reforçada do Panda. Atualmente, o compacto está em sua terceira geração e possui tração nas quatro rodas na configuração Cross, que faz os aventureiros urbanos corarem de vergonha com sua capacidade genuína de encarar trilhas.
2. Ford Pampa
A Pampa surgiu em 1982 baseada na segunda geração do Corcel. O primeiro utilitário derivado de um automóvel de passeio da Ford nasceu para encarar a Fiat 147 Pick-Up/City, pioneira no segmento de picapes compactas.
Dois anos depois veio a grande novidade: a Pampa 4x4 trazia caixa de transferência, eixo rígido na dianteira e roda livre automática. Curiosamente o sistema era uma espécie de "tração 4x4 parcial", com acionamento permanente apenas das rodas dianteiras. Cabia ao motorista acionar a tração traseira por uma caixa de transferência, que ocupava o lugar destinado às engrenagens da quinta marcha ? inexistente nesta versão. Seu acionamento acontecia por uma alavanca à direita da manopla de câmbio e o sistema de roda livre era automático.
O visual incluía rodas com cubos pronunciados (para acomodar a roda livre), pneus para uso fora de estrada, grade exclusiva e para-choques com pontos de ancoragem. Chapas de aço protegiam motor, câmbio e rolamento do eixo cardã. O visual externo era mais agressivo que o da Pampa 4x2: rodas com cubos pronunciados (para acomodar a roda livre), pneus lameiros, grade exclusiva e para-choques reforçados com pontos de ancoragem.
A ausência do diferencial central e as diferentes relações dos diferenciais (dianteiro e traseiro) limitavam o uso da tração 4x4 a pisos de baixa aderência, em linha reta e abaixo dos 60 km/h. Apesar de algumas deficiências e da fama de problemática (causada em parte por mau uso dos proprietários), a Pampa 4x4 foi fabricada até 1995 e saiu de cena sem deixar sucessor.
3. Volkswagen Worker
Várias fabricantes de veículos utilitários vendem caminhões e ônibus com tração 4x4. A Volkswagen Caminhões e Ônibus vende duas versões do Worker 4x4 -- a 15.150 e a 15.210.
O projeto foi desenvolvido especialmente para as Forças Armadas, que realizaram testes em vários tipos de terreno e até provas de balística para analisar a resistência da cabine a estilhaçamentos.
O Worker 15.210 é movido por um motor MWM 6.10 TCA de seis cilindros, entregando 206 cv a 2.600 rpm e torque máximo de 67 kgfm a 1.700 rpm. Além da tração nas quatro rodas, o Worker ganhou maior altura livre do solo e pneus de uso misto.
A capacidade de carga é de cinco toneladas. Atualmente o caminhão deixou de ser exclusividade do Exército e ganhou uma variação "civil", podendo ser adquirido por qualquer empresa. Como os caminhões são feitos de acordo com as necessidades de cada cliente, não há preço definido.
4. Ford Belina
A perua derivada do Corcel ganhou uma inusitada versão com tração nas quatro rodas em 1985, poucos meses após o lançamento da Pampa 4x4. Entretanto, problemas de durabilidade do projeto abreviaram a vida desta curiosa perua, que se despediu dois anos depois.
Nem tudo era igual nos dois modelos: a suspensão reforçada tinha molas helicoidais na traseira (a Pampa utilizava molas semielípticas) que davam um bom equilíbrio entre conforto e robustez. O sistema de tração parcial, porém, era o mesmo: uma caixa de transferência que acionava a tração traseira ocupava o lugar das engrenagens da quinta marcha.
Tudo que o motorista precisava fazer era puxar a alavanca ao lado do câmbio. A traseira tinha rodas livres automáticas, já que o arrasto dos semieixos e do cardã poderia desgastar o sistema e aumentar o consumo. Os pneus lameiros fabricados pela Pirelli tinham bom comportamento em pisos escorregadios, mas prejudicavam a estabilidade no asfalto.
A Belina, no entanto, foi vítima das limitações do sistema, que não trazia diferencial central e não atuava a velocidades acima dos 60 km/h. Todas essas características eram informadas no manual do proprietário, porém, sem muita clareza. A Ford até mudou as instruções do livreto pouco tempo depois, mas era tarde demais: vários proprietários já haviam tido problemas com o veículo. Sem a confiança da clientela, a Belina acabou saindo de cena em 1987.
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