Primeira Classe

Primeira Classe

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoCarros

Mais 'barato' e potente, Mustang elétrico chega ao Brasil mudando conceitos

O Mustang acaba de ganhar no Brasil uma versão R$ 90.500 mais barata, 4 cv mais potente e seis décimos de segundo mais rápida. Ao tradicional esportivo Mach 1, que a Ford vende no mercado brasileiro por R$ 576.500, agora se reúne o Mach-E GT Performance por R$ 486 mil.

Mas, olhando essas fotos, você pensará: este não é o Mustang. E, até certo ponto, você tem razão. O novo produto da Ford não é um tradicional muscle car americano, não tem motor V8 nem ronca forte. Por outro lado, foi batizado com o mesmo nome da lenda, da qual traz algumas características em seu visual.

Além disso, é a leitura da Ford para o futuro de seu mais famoso produto mundial. Uma releitura que vai distanciar muito o nome de uma das maiores representações da tradicional maneira de se construir um automóvel, mas que quer colocar a Ford no contexto das novas diretrizes da mobilidade global. E, com essa introdução, apresento a vocês Mustang Mach-E.

Em vez de muscle car de duas portas, um crossover de quatro. Substituindo o motor V8 5.0 aspirado, dois elétricos, um em cada eixo. São 487 cv e 0 a 100 km/h em 3,7 segundos, mas aquele barulho instigante e cada vez mais raro na hora de acelerar ficou para trás. O Mustang Mach-E começa a ser vendido nesta segunda-feira (16).

Concorrentes do Mustang Mach-E

Com que carro o Mustang Mach-E vai concorrer no Brasil? É difícil posicionar esse crossover, ou SUV cupê. Quando comparado aos elétricos, tem porte de iX3 (este custa R$ 500.950), por exemplo. O Ford, porém, é bem mais potente e rápido. O BMW tem 286 cv e acelera de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos.

Imagem
Imagem: Rafaela Borges/UOL

Durante a apresentação, a Ford comparou seu Mach-E a modelos de R$ 600 mil em diante, como Audi e-tron GT e Porsche Taycan. Porém, a marca justificou que, nesse caso, foi um comparativo de desempenho, pois esses são mais próximos ao crossover no 0 a 100 km/h.

Só que Taycan e e-tron GT pertencem a segmentos completamente diferentes. São sedãs-cupês esportivos. Para estar na mesma categoria, a Ford teria de lançar um modelo elétrico com carroceria de Mustang Mach 1. Aí, sim.

Continua após a publicidade

Design

Esqueça por alguns segundos a parte de trás dos dois Mustang, o V8 e o elétrico. Observe apenas a dianteira. Quando se olha o Mach-E de frente, dá até para acreditar que ele é uma evolução de design do muscle car. Algo como uma nova geração. A grade é semelhante, mas maior no novo modelo.

Faróis e para-choques também são inspirados no do muscle car, assim como o capô alto e encorpado - embora com menos músculos. Aliás, como essa parte não é ocupada por um motor, a Ford criou um porta-malas dianteiro com 139,5 litros. O compartimento é lavável e drenável, de acordo com a montadora.

Imagem
Imagem: Rafaela Borges/UOL

Atrás, as lanternas têm barras que são tradição no Mustang, além da inscrição GT, em alusão à versão do Mach-E escolhida para o Brasil. O porta-malas tem abertura elétrica e capacidade de 402 litros.

Interior

Imagem
Imagem: Rafaela Borges/UOL
Continua após a publicidade

A abertura das portas é por toque em um botão. Segundo a Ford, as maçanetas tradicionais foram retiradas para eliminar apêndices que poderiam prejudicar a aerodinâmica, algo muito importante para a eficiência de um carro elétrico. O cx do Mustang Mach-E é de 0,292.

O acabamento traz detalhes de couro com costura aparente, alumínio, suede e um tecido que lembra jeans. O quadro de instrumentos tem tela suspensa de 10,2", mas ela parece ser menor, pois é baixa. Tem três opções de configuração.

Imagem
Imagem: Rafaela Borges/UOL

Sistema elétrico e tecnologias

Além dessas câmeras 360, o Mustang Mach-E também traz assistência ao estacionamento autônoma. Acionado, ele encontra a vaga e faz as manobras acionando câmbio (Drive e ré), freios e acelerador. O motorista só precisa ficar sentado no banco.

Outros sistemas de assistência importantes são o controlador de velocidade adaptativo, a detecção, manutenção e centralização em faixas, os alertas de ponto cego, tráfego cruzado e colisão com detecção de pedestres e a frenagem autônoma de emergência. O Mustang Mach-E traz também assistente de manobras evasivas, reconhecimento de sinais de velocidade e nove air bags.

Continua após a publicidade
Imagem
Imagem: Rafaela Borges/UOL

Os motores são alimentados por bateria com capacidade útil de 91 kWh. A Ford oferece com um carro um Wallbox de 7 kW, que a recarrega (0 a 100) em 14 horas. Em 11 kW, são 11 horas para o processo. O Mustang Mach-E vem também com carregador de emergência de baixa potência, que pode ser conectado a tomadas convencionais de 220V.

A montadora também estabeleceu parceria com a EZVolt, que tem 800 pontos de recarga em todo o Brasil. Os clientes do Mustang Mach-E poderão recarregar os modelos gratuitamente em Wallbox e postos da empresa por 12 meses ou 950 kW (cerca de dez cargas) - o que vier primeiro.

A autonomia aferida pelo Inmetro de 379 km. Já no ciclo WLTP, usado pela maior parte das montadoras antes de o instituto brasileiro passar a divulgar dados para carros elétricos, ela é de 541 km. A real, em ciclo urbana, geralmente fica entre esses dois números.

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes