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Novo i7: testamos o único BMW que você não vai querer dirigir. E isso é bom

Imagine pagar quase R$ 1,3 milhão em um carro para ter cinema a bordo, mais de dez tipos de massagem e poltronas que se inclinam. Porém, enquanto está todo mundo feliz, aproveitando essas comodidades no banco de trás, você, o dono, é o motorista da vez. Está ao volante de um belíssimo BMW de 544 cv. Mas é inevitável: você ficará ressentido de ser o Uber da rodada, enquanto seus caronas aproveitam o que o novo i7 tem de melhor.

O recém-lançado sedã é a versão elétrica do Série 7. Na Europa, a nova geração do topo de linha da BMW tem versões a gasolina e até a diesel. Mas, para o Brasil, a marca decidiu trazer apenas o modelo a eletricidade. E com todos os opcionais a que ele tem direito.

Por R$ 1.282.950, o i7 é o carro com pacote de tecnologia embarcada mais surpreendente à venda no Brasil. Rápido e com ajuste de direção típico da marca, é também um sedã muito gostoso de dirigir. Mas, ainda assim, é o único BMW que, possivelmente, você não vai querer guiar.

É no banco de trás que está o grande destaque do novo i7. E a própria BMW aposta que o carro estará mais no radar de quem tem motorista do que daqueles que compram um carro para estar sempre ao volante. Vamos, então, começar essa avaliação do sedã pela melhor parte.

Cinema sobre rodas

Não é exagero dizer que a parte traseira do i7 é um cinema a bordo. De fora a fora, há uma tela com resolução 8K. Ele fica dobrada para frente e, ao toque de um comando em um dos dois monitores das portas de trás, se projeta.

Pode ser movida para frente e para trás, e também ter a inclinação ajustada. Tudo eletricamente. Além disso, traz comandos sensíveis ao toque, na própria tela. Exibe conteúdos de streaming. Netflix e Prime Video, por exemplo, são nativos, mas dá para instalar outros apps, como YouTube.

Dá para escolher também se a imagem vai ocupar parte da tela ou ela toda. Para que tudo funcione, não é preciso usar o smartphone de roteador. O i7 vem com internet a bordo, em um plano de dados de 20G por mês. No primeiro ano, esse serviço é bancado pela própria BMW.

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Após o período, o próprio dono do carro deve contratar um plano, com sua operadora de preferência. E sabe aquelas duas telinhas nas portas traseiras? Elas não são apenas para o cinema a bordo. Comandam também inclinação do banco (leia mais abaixo), temperatura, iluminação e o tipo de massagem que os passageiros querem receber.

São mais de dez programas. Além do tipo de massagem, também é possível escolher entre velocidade e intensidade. Ou seja: um cinema com spa de relaxamento. Faltou só uma máquina de pipoca (isso o i7 não tem).

O banco traseiro direito se inclina eletricamente para se transformar em uma confortável poltrona, com direito à travesseiro e apoio para os pés. Mas isso não pode ser feito do lado esquerdo pois, para atingir essa posição, é preciso que o assento dianteiro seja levado para a frente. Ou seja: se houver passageiro nesse banco, nada feito.

Outras tecnologias do BMW i7

Para o banco voltar à posição original, basta comandar nas telas laterais ou abrir a porta. A abertura, aliás, é elétrica. Há sensores para impedir que as portas se abram demasiadamente caso exista um obstáculo próximo, como uma pessoa, uma parede ou um carrinho de supermercado.

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Outro destaque do i7 é o melhor sistema de som automotivo do mercado. Da Bowers & Wilkins, tem 36 alto-falantes (quatro a mais que o BMW IX, outra referência nesse quesito), 1.920 W de potência e função 4D. Por meio de caixas dentro das bancos, motorista e passageiros podem sentir as batidas das músicas - e também desativar essa função, se ela incomodar.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

É como um sistema semiautônomo com realidade aumentada. Além disso, gráficos destacam o veículo que está à frente, aprimorando a segurança.

E por falar em realidade aumentada, essa tecnologia também está presente no GPS nativo do i7. Quando a tela do painel de instrumentos está sendo utilizada, as setas apontando os locais de conversão são exibidas nesse monitor.

Acabamento e desenho

Acabamento é outro ponto forte do BMW i7. O destaque fica por conta do uso de cristais Swarovski em locais como alavanca do câmbio e comandos dos bancos elétricos (que ficam na porta do sedã). Além disso, um polímero que imita cristal está em várias partes do painel do carro.

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A iluminação presente nesse polímero pode ser modificada, assim como a do teto panorâmico do carro, que ganha um brilho todo especial à noite. Cristais Swarovski também estão em partes do farol de uso diurno do carro, bem fino. Os principais, full-LEDs, ficam logo abaixo.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

No design, chama a atenção a imensa grade no formato de duplo rim, que invade, inclusive, o para-choque. Há quem goste, mas a maioria critica negativamente. A bela traseira traz inscrições em prata fosco (i7 e xDrive 60 - única versão disponível) e aço escovado nas lanternas finas.

O i7 tem 5,39 metros de comprimento e 3,21 m de entre-eixos. O porta-malas é de 500 litros, mas tem sua capacidade comprometida pela presença de um estepe colocado sobre o assoalho do compartimento - obrigatório no Brasil, já que os pneus não são run flat.

Ao volante do i7

O IX, que era o elétrico modelo da BMW até agora, foi criticado por ter dirigibilidade que destoava da de outros modelos da marca. Isso não ocorre com o i7. Até de olhos fechados você saberia estar ao volante de um carro da montadora alemã.

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Estão lá a direção precisa e aquela pegada esportiva, especialmente na hora de fazer curvas. Isso porque o modelo é uma versão de um carro que também tem opções a combustão. São dois motores, um em cada eixo, alimentados por uma bateria de 101 kWh.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Na prática, você também sente uma patada típica de carros elétricos potentes e com alto torque quando pisa forte no pedal do acelerador do i7. Mesmo sendo pesadão, ele tem aceleração brutal. São 4,7 segundos para ir de 0 a 100 km/h.

A autonomia, de acordo com o Inmetro, é de 479 km. No ciclo WLTP, que era o usado antes do instituto brasileiro começar a fazer as medições, são 625 km. Na vida real, a autonomia de um modelo a eletricidade fica entre a do Inmetro e o WLTP, dependendo da condição de uso.

O novo BMW i7 vem com três carregadores de série. Dois deles têm capacidade até 22 kWh. Um para instalar na residência e outro na casa de praia, ou de campo.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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