Paula Gama

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ReportagemCarros

Por que gasolina e etanol estão mais baratos em estados como SP e RJ

Atualmente, o preço do combustível no Sudeste é o menor do país. Para se ter uma ideia, enquanto o litro do etanol sai por R$ 3,70, no Nordeste custa R$ 4,46. Situação parecida acontece com a gasolina: enquanto o preço do litro no Norte é de R$ 6,10, a média na área que engloba São Paulo e Rio de Janeiro é de R$ 5,73. Afinal, por que a região mais economicamente ativa do país também é a que tem o combustível mais barato?

Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e especialista em economia, aponta vários fatores econômicos que contribuem para o menor custo dos combustíveis na região Sudeste.

"Os principais fatores que contribuem para o menor custo dos combustíveis na região Sudeste do país são econômicos. A demanda doméstica, ou seja, a procura por esses combustíveis, teve um aumento significativo. A proximidade de refinarias e usinas de produção; uma distribuição mais desenvolvida e com melhor infraestrutura; o alto volume de consumo; a concorrência entre os postos, além da proximidade com as áreas de cultivo de cana-de-açúcar, principalmente no estado de São Paulo, fazem com que os custos de produção e transporte dos combustíveis sejam reduzidos", explica.

Bravo explica que na região Sudeste há diversas refinarias importantes, entre elas, a de Paulínia, localizada no estado de São Paulo, a Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e a Gabriel Passos, em Minas Gerais.

"A redução dos custos de transporte e logística ocorre devido a essa proximidade entre as refinarias, fazendo com que os combustíveis cheguem aos postos com menor custo, refletindo diretamente em preços mais baixos para os consumidores. Além disso, essas refinarias facilitam a distribuição de forma mais eficiente e rápida", diz o especialista.

Custos logísticos

Os custos logísticos envolvidos na distribuição de combustíveis incluem transporte, seja ele rodoviário, ferroviário, marítimo ou até mesmo por oleodutos, armazenagem, manuseio e distribuição, além de segurança e seguro, taxas e impostos, que variam de acordo com cada região do país. As regiões com boas infraestruturas de transporte e mais próximas das refinarias e usinas, como no caso da região Sudeste, têm custos mais baixos devido às estradas de qualidade, ao alto volume de consumo e às menores alíquotas de impostos.

"Em contrapartida, as regiões mais distantes das refinarias, com infraestrutura mais precária e condições geográficas desafiadoras, como a região Norte do país, enfrentam custos logísticos mais altos, refletindo diretamente nos preços finais e resultando em valores mais elevados para seus consumidores", diz Bravo.

Outra questão é que existem diferenças na tributação sobre combustíveis entre as regiões do Brasil, mas não necessariamente entre o Sudeste e outras regiões. Cada estado brasileiro tem autonomia para definir suas alíquotas de impostos sobre os combustíveis, o que pode resultar em variações significativas nos preços dos combustíveis entre diferentes estados.

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Os principais impostos que incidem sobre os combustíveis no Brasil são o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o PIS/Cofins (Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Além disso, há também a incidência de outros tributos e contribuições, como a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que é um tributo federal sobre a importação e a comercialização de combustíveis.

A concorrência entre os postos de combustíveis também tem impacto. A região Sudeste concentra a maior parte dos estabelecimentos do Brasil, com competição de preços entre eles. Esses fatores, interligados, proporcionam uma dinâmica de mercado que beneficia os consumidores do Sudeste com preços mais acessíveis.

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Reportagem

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