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Paula Gama

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Por que mulheres deveriam sempre assumir o volante do carro da família

Mulheres são menos propensas a se envolverem em acidentes graves, e pagam mais barato no seguro automotivo - Freepik
Mulheres são menos propensas a se envolverem em acidentes graves, e pagam mais barato no seguro automotivo Imagem: Freepik

Colunista do UOL

08/03/2023 04h00

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As mulheres representam cerca de 35% do total de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) válidas no país. Com mais de 25 milhões de condutoras, não é difícil encontrar alguma atrás do volante. Ainda assim, quando há homens dentro do veículo, é comum que eles tomem a direção.

O objetivo deste artigo não é gerar competição, mas mostrar que elas podem e, em muitos casos, devem assumir, de uma vez por todas, a direção do carro da família.

A primeira grande vantagem de a mulher ser a motorista "titular" em alguns trajetos é a possibilidade de treinar a condução em estrada e, portanto, ganhar experiência para revezar em viagens mais longas e cansativas.

Além disso, estatisticamente, as mulheres se envolvem menos em acidentes do que homens. A pesquisa mais recente sobre o tema foi realizada pelo Infosiga SP, em 2020, e apontou que apenas 6,3% dos acidentes registrados no estado de São Paulo envolveram motoristas do sexo feminino.

Este percentual é 16 vezes menor do que o número de acidentes com homens ao volante. Além disso, apenas 26% dos motoristas que tiveram a CNH invalidada eram do sexo feminino naquele ano, o que mostra que além de se envolver menos em acidentes, elas cometem menos infrações e recebem menos multas.

Os dados do Infosiga SP do último ano também mostram que as mulheres também se envolvem menos em sinistros fatais para o motorista. Considerando os acidentes registrados pela plataforma, 3.361 condutores morreram em acidentes de trânsito no período, mas apenas 7,3% eram mulheres.

Seguro mais barato

Os índices são tão relevantes que impactam o preço do segundo cobrado para elas, que, via de regra, é menor do que o dos homens. Para se ter uma ideia, de acordo com uma cotação da Youse, os homens podem pagar cerca de R$ 1 mil a mais no seguro automotivo intermediário do carro mais vendido do país até o momento.

Considerando um perfil de 38 anos, com classe de bônus zero, residente na cidade de São Paulo e uso particular do veículo, um homem paga R$ 6.441,55 na proteção intermediária, enquanto uma mulher do mesmo perfil desembolsa R$ 5.421,12. Por isso, quando a mulher assume o volante de forma definitiva, o gasto familiar com seguro também é menor.

O preço mais baixo para as mulheres na cotação do seguro está relacionado diretamente com o fato de ser um público cujos riscos de sinistros são menores, como explica o sócio-diretor da Minuto Seguros, Manes Erlichman.

"De forma geral, as mulheres são mais cuidadosas ao volante, se envolvem em menos acidentes e, normalmente, os danos causados neles são menores do que os causados em acidentes com motoristas do sexo masculino. Isso se reflete diretamente no preço do seguro", afirma Manes.

Informações da Superintendência de Seguros Privados também mostram que o total de sinistros que ocorrem com mulheres gera valores menores de indenização do que os que acontecem com os homens, o que ajuda a explicar o fato do público feminino ser considerado de menor risco por parte das seguradoras. E a explicar, também, que as mulheres assumirem a direção do carro da família pode ser uma boa ideia.

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