HB20 Platinum Plus: por que versão mais cara decepciona no consumo

Confortável, bem equipado, com bom espaço interno, visualmente bem resolvido, mas conosco foi beberrão. Esse é o resumo rápido do drive no novo HB20 Platinum Plus, versão de topo do carro de passeio mais vendido do Brasil. Aqui vamos detalhar os pontos positivos e negativos do carro.

Por uma semana testamos o modelo e por cerca de 500 quilômetros, nesse caso em trechos urbanos. Recebemos o hatch abastecido com etanol. Tá aí o pênalti? Depois de 267 km percorridos, com média de 6,6 km/l, resolvemos abastecer com gasolina, afinal a média com etanol ficou bem abaixo dos números oficiais. (9 km/l). E nada de acelerar demais usando de forma moderada o pé no acelerador.

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Como ficou? O consumo médio do compacto da Hyundai melhorou com a gasolina, mas não foi tanto assim. A média em um trecho urbano subiu para 9,1 km/l. É um número bom, se você considerar o carro três cilindros automático de motor turbinado.

Entretanto, não podemos deixar de ressaltar que o consumo também ficou abaixo dos números oficiais (12,7 km/l). Mesmo rodando suave, o modelo, para de uma grande metrópole, não consegue entregar mais em matéria de consumo.

Apesar disso, o HB20 é bem acertado e bom de guiar. Dentro do padrão de entrega, observando os números, poderá ser a sua melhor compra. O banco mescla couro e tecido e leva bem os caronas.

O câmbio de seis velocidades é eficiente e, por muitas vezes, você não percebe as trocas de marchas. As borboletas atrás do volante permitem que você possa controlar a transmissão em uma tocada mais esportiva, por exemplo.

O motor tem 120 cv e 17,5 kgfm de torque, mesmo conjunto da geração anterior. Após a atualização de meia-vida, o visual do carro é o maior destaque. Mas muito melhor mesmo.

Na dianteira, a grade deixou de ser inteiriça e agora é separada, o que ficou mais elegante. Os novos faróis ficaram bonitos, mas não são em LED nem mesmo na versão mais cara que testamos. O Toyota Yaris, por exemplo, já conta com o mecanismo.

Na traseira, acabaram as polêmicas quanto ao visual. Os novos para-choque e lanternas deram um fôlego no hatch. Agora, o lanterna leva de ponta a ponta, assim como no irmão sedã. O detalhe é que apenas a base lateral acende. A parte do meio da lanterna é puro detalhe.

De fora, o que chama a atenção é a posição do pisca-alerta. Tanto na dianteira quanto na traseira, o pisca ficou localizado em uma posição não favorável. Isso dificulta, e muito, a visualização tanto para quem vai atrás de você, como para os condutores que lhe enxergam pelo retrovisor.

Contudo, o carro conta com vários sistemas de tecnologia como a tela de 8 polegadas com pareamento sem fio de smartphone. O painel de instrumentos é 100% digital. No interior, ainda há o carregamento por indução. Mas como não conta com ventilação, o seu celular pode esquentar ao ponto de travar a conexão com a central multimídia. Melhor usar o velho e conhecido cabo.

Além disso, o hatch conta com sistema ADAS de segurança com recursos como frenagem autônoma de emergência, alerta de ponto cego, assistente de manutenção em faixa, detector de fadiga, farol alto adaptativo, assistente de tráfego cruzado traseiro, câmera de ré. Uma rasteira na concorrência neste quesito.

Por R$ 117.790 (março/23), o HB20 Platinum Plus é uma opção para quem não dispensa tecnologia e itens de segurança a bordo. Mas a Hyundai precisa ficar alerta, consertar as falhas e dar uma melhora no consumo - afinal, a concorrência no segmento é feroz.

* Colaborou Rodrigo Barros