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Câmbio automático: trocar lubrificante pode detonar a transmissão do carro

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Colunista do UOL

20/09/2022 04h00

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Hoje vou falar um pouco sobre a manutenção do câmbio automático e quando já é tarde demais para trocar o respectivo lubrificante.

Há algumas semanas, eu fiz um treinamento sobre lubrificação de transmissão automática, promovido pela Diag Eletric, com o Theo Lima, lá na Seiko Automotive. Quem me acompanha pelas redes sociais viu alguns trechinhos e está mais por dentro do que rolou.

Existem alguns pontos do treinamento que eu julguei muito interessantes trazer aqui para você.

Eu ando falando bastante sobre a importância da substituição preventiva do fluído da transmissão automática,com o objetivo de fazer com que esse componente realmente tenha uma vida útil digna. Essa manutenção tem um triste histórico de negligência, é comum ser tarde demais para "salvar" algumas caixas de câmbio e eu vou mostrar como a gente avalia isso na oficina.

Quando você leva seu carro pra fazer a troca do fluído do câmbio automático, o profissional tem de fazer alguns procedimentos antes de efetuar o trabalho. Um deles é avaliar o estado do fluido que já está lá pra entender se essa manutenção é viável ou não.

Uma amostra do fluido é retirada e a gente verifica a opacidade dele, o cheiro e a presença de sujeira, que é, em geral, llimalha dos componentes metálicos do câmbio. A substituição só é possível se o fluido ainda estiver translúcido, puxando mais paro vermelho, que é sua coloração original, do que para o preto, significando um nível elevado de oxidação e sem cheiro de queimado, o que indica desgaste avançado dos discos de embreagem, também chamados de discos de composite.

Assista ao vídeo acima e veja as amostras que eu trouxe do curso. Uma delas traz fluido de um carro cuja manutenção foi recusada. Olha como ele já está escuro. Quase não passa mais luz através dele e é possível identificar a presença de grande quantidade de limalha.

Trocar o fluido dessa transmissão pode causar um problema maior do que deixar como está.

O fluido novo, com suas plenas propriedades, pode promover uma limpeza no sistema, por exemplo, que pode fazer com que o carro já nem saia mais do elevador. Essa caixa de câmbio precisa de reparos! Não de uma simples substituição de fluido.

Outra amostra de fluido está em boas condições para a troca. Aqui ele ainda está desempenhando suas funções e cuidando das partes internas como deveria. Nesse caso percebemos translucidez e o cheiro dele ainda lembra muito o do fluido novo. Nesse caso, a substituição é garantia de sucesso e de longevidade pra transmissão automática.

Quando a gente termina a troca do fluido mais uma amostra é retirada do câmbio para verificarmos o nível dele, especialmente em alguns carros que não possuem vareta para esse procedimento. Além disso, é possível acompanhar e ver o resultado final do processo todo, principalmente se ele foi feito com uma máquina específicaque mostra, em dois visores, o fluido novo e o que está no seu carro.

Vale destacar que, como em qualquer troca de fluido, não trocamos 100% dele. Essa manutenção consegue substituir cerca de 95% do produto, então, o que fica no sistema vai dar uma sujadinha mesmo no novo e ele vai ficar um pouco mais escuro, mas isso é normal.

O que não pode é fazer a tal da troca parcial, que é a mesma coisa que nada. Para essa manutenção, é necessário um sistema de diálise pra substituir o fluido e é normal que o profissional tenha que usar cerca de 20% a mais da capacidade de armazenamento da transmissão pra garantir que a troca foi eficiente. Seja com máquina ou manualmente.

O procedimento de troca do fluido de transmissão automática é um pouco mais complexo e trabalhoso do que o de óleo do motor, além de precisar, de verdade, dessa análise criteriosa para aprovar a manutenção. Por isso, torna-se ainda mais importante escolher o lugar certo pra fazer esse trabalho, com profissionais treinados e bem equipados, senão vai rolar dor de cabeça, na certa!

E não custa terminar esse conteúdo lembrando que é de extrema importância usar o produto adequado para o seu componente. O fluido da transmissão automática deve seguir as especificações determinadas pelo fabricante da caixa, assim como a frequência da manutenção também deve ser feita conforme esse fabricante.

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