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Renegade, Compass ou Commander: qual é o Jeep que vale mais ter na garagem?

Colunista do UOL

04/11/2021 04h00

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Uma das marcas mais tradicionais da história, a Jeep nunca vendeu tanto no Brasil como nos últimos anos. Mais precisamente de 2015 para cá, após o lançamento do Jeep Renegade. O pequeno SUV caiu nas graças do brasileiro e hoje é visto aos montes pelas ruas.

Pouco mais de um ano depois, foi a vez do Jeep Compass, um SUV médio maior que o Renegade, principalmente no espaço para bagagens. O sucesso nas vendas se repetiu e os dois passaram a ser protagonistas na disputada categoria dos SUVs.

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Segundo a Fenabrave, de janeiro a setembro desse ano foram emplacados mais de 111 mil Renegades e Compass. Os dois lideram a categoria dos SUVs com 23% de participação, quase 1/4 do total.

Ainda mais impressionante é a posição em que ambos aparecem no ranking geral dos automóveis: Renegade (em 4º) e Compass (5º) venderam mais que carros populares como Chevrolet Onix, Volkswagen Gol e Renault Kwid, só para ficar em alguns exemplos.

Ok, sabemos que esse período de pandemia bagunçou o ranking, já que as vendas passaram a ter ligação direta com a capacidade do fabricante conseguir entregar. E não faltaram problemas nesse período, que culminou na paralisação de várias linhas de produção. Porém, esses dois modelos também aparecem entre os dez mais emplacados em 2020 e 2019. Enfim, não tem discussão, ambos são cases de sucesso.

Sendo assim, fica difícil entender a demora da Jeep em oferecer um modelo com opção de sete lugares. A demanda existe e até então vinha sendo atendida por modelos como Peugeot 5008, Caoa Chery Tiggo 8, JAC T80, Kia Sorento, Mitsubishi Outlander, Toyota SW4, Volkswagen Tiguan e Chevrolet Spin.

Essa demora acabou com o lançamento do Jeep Commander, 'SUVão' capaz de levar sete pessoas com muito conforto. Com isso, passamos a ter Jeep para todos os gostos, de todos os tamanhos, P, M ou G - fora o parrudo Wranger e o fantástico Grand Cherokee, que vendem pouco por serem caros e importados, mas basta entrar no site da Jeep para ver que continuam disponíveis no nosso mercado.

O Commander não é algo totalmente novo para nós. Em 2006, a Jeep trouxe alguns para cá, em uma geração anterior. Também levava sete pessoas, mas dispunha de uma motorização pouco amigável para os padrões do brasileiro. O enorme e forte V8 de 5,7 litros não ajudou nas vendas e o carro encalhou. Nem me lembro quando foi a última vez que vi um nas ruas.

Jeep Commander 2006 - Divulgação - Divulgação
Jeep Commander XK (2006 a 2010)
Imagem: Divulgação

Já o Commander atual é oferecido com duas opções de motores: 1.3 turbo flex e 2.0 turbo diesel. Ambos são eficientes e conseguem dar desempenho satisfatório ao pesado SUV, sem gastar tanto combustível como no antigo V8.

Fiquei alguns dias com uma opção intermediária do Commander, a versão Limited com motor diesel. Ele ainda conta com outras três opções: Limited flex, Overland flex e Overland diesel.

Jeep Commander 2022 - Divulgação - Divulgação
Jeep Commander 2022 - Brasil
Imagem: Divulgação

É preciso R$ 275 mil para levar para casa um igual ao que testei. Não é pouco, mas é o diesel sete lugares mais barato do mercado. Daqueles que citei acima, apenas Outlander e SW4 tem opções a diesel, que custam R$ 304 mil e R$ 380 mil respectivamente.

Ou seja, o Commander parece estar bem posicionado no mercado e tem tudo para vender bem. Provavelmente não tão bem como seus irmãos menores e mais baratos, por motivos óbvios. Por mais que a demanda exista, a maioria não precisa de um grande SUV de sete lugares.

E bota grande nisso! O Commander tem 4,77 m de comprimento, 1,86 m de largura e 1,70 m de altura. Imponente, nunca passa despercebido. Sendo assim, não poderíamos esperar nada além de um veículo bem espaçoso.

A Jeep informa que sete adultos viajam com conforto. A princípio, achei que forçaram um pouco a barra, já que a terceira fileira desse tipo de carro é mais adequada para crianças. Fiz questão de entrar nessa última fileira e tive uma grata surpresa.

Acesso a 3ª fileira de bancos - Marcos Camargo/UOL - Marcos Camargo/UOL
Jeep Commander TD380 Overland
Imagem: Marcos Camargo/UOL

O acesso para entrar e sair é ruim, como é de se esperar. Mas uma vez acomodado, dá para encarar a viagem numa boa. Só que para que isso aconteça, é preciso "negociar" o espaço com os outros passageiros.

Por exemplo, para sete adultos de 1,80 m viajarem com conforto no Commander, é preciso deslocar a segunda fileira em uma posição intermediária. Para não ficar apertado para esses passageiros centrais, os bancos da frente também podem ir um pouquinho para frente, e com isso os sete adultos vão numa boa.

Mas será que vale a pena "subir" de um Renegade ou Compass para um Commander? Fiquei com essa dúvida e fiz uma simples pesquisa de preços, considerando versões similares com o motor diesel que, aliás, é o mesmo nos três Jeeps.

Renegade / Compass - Divulgação - Divulgação
Jeep Renegade e Compass 4xe
Imagem: Divulgação

Um Renegade Longitude diesel parte de R$ 175 mil, enquanto um Compass Limited diesel custa a partir de R$ 241 mil, ou seja, diferenças bem consideráveis para o Commander.

Todos eles são recheados com os principais equipamentos de conforto e segurança, mas é claro que a lista de equipamentos não é exatamente a mesma para esses três que estou comparando. Porém, não tem nada muito relevante fora a óbvia diferença das dimensões.

Além do mesmo motor, a transmissão de nove marchas e a tração integral também são as mesmas. O Commander ganha apenas no torque, que é de bons 38,7 kgfm, enquanto Renegade e Compass tem 3 kgfm a menos. Mas considerando a diferença de peso, o Renegade se sai até melhor aqui, com relação peso/torque de 46 kg/kgfm, enquanto o Commander fica com 48,7 kg/kgfm e o Compass com 49,4 kg/kgfm.

O enorme porta-malas do Commander leva 661 litros, mas isso com cinco lugares. Caso tenha que levar os sete assentos, cai para apenas 233 litros. O Compass leva 410 litros e o Renegade somente 320 litros.

Para mim, está claro que o Renegade é o melhor negócio entre esses três Jeeps a diesel. Se o porta-malas for um problema, basta comprar um bagageiro de teto para isso, algo que a diferença de R$ 66 mil para o Compass pode comprar com muita sobra.

A diferença do Renegade para o Commander é ainda maior, de R$ 100 mil, o que faz eu me perguntar como podem "dois banquinhos" extras custarem tão caro. Claro que não é só isso que encarece um em relação ao outro, mas na prática é o único ganho. Caso realmente faça sentido tê-los, tudo bem. Caso contrário, fique com o bom e velho Renegade que não vai se arrepender.

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