Motor 1.0 de 185 cv? Brasília tem programa para acelerar projetos como este

"RenovaBio" mexe com emissão de gases; "efeito colateral" é acelerar desenvolvimento de carros com motores melhores no país
A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) promoveu há alguns dias em São Paulo o seminário Eficiência Energética e Biocombustíveis. Um dos trabalhos apresentados, da Universidade Federal de Minas Gerais, foi sobre o desenvolvimento em laboratório de um motor exclusivamente a etanol.
Depois de 14 anos, chegou a um resultado surpreendente ao aproveitar todo o potencial e características específicas do biocombustível: esse motor de 1 litro, sobrealimentado por turbo, entrega 185 cv. Seu consumo é até 10% inferior a um equivalente a gasolina.
"O etanol sempre superou a gasolina em termos de eficiência energética. A novidade aqui é a paridade de consumo de combustível", explicou o professor José Baeta.
A viabilidade comercial dependerá de mais estudos e investimentos. Como destravar isso? Em tese, com programas como o "RenovaBio".
Vamos a Brasília
O chamado "RenovaBio" é um projeto de lei importante para manter sob controle -- ou mesmo diminuir -- as emissões de gases de efeito estufa de veículos a combustão. Foi aprovado na última semana pela Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Acredita-se que a tramitação pelo Senado do chamado será tranquila e, finalmente, o Brasil terá um mecanismo moderno para limitar a liberação de CO2 na atmosfera.
Os meios de transporte (terra, mar e ar) respondem cerca um quarto das emissões totais deste gás a cada ano. O CO2 é capaz de provocar mudanças climáticas, segundo a maioria dos cientistas. Há os que discordam, porém está bem difícil convencer seus pares de que o gás carbônico tem efeito neutro sobre o clima do planeta.
"RenovaBio" é um programa estratégico bem estruturado e recebeu aperfeiçoamentos em sua tramitação. Uma das mudanças desconsiderou metas anuais obrigatórias de adição de etanol à gasolina ou de biodiesel ao diesel, para aliviar pressões oportunistas -- estas mais atrapalham do que ajudam.
O Brasil assumiu diretrizes de descarbonização dos transportes previstas na Conferência Mundial do Clima e precisava mesmo de uma legislação sem subsídios ou renúncia fiscal para biocombustíveis.
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Inspiração californiana
A ideia do "RenovaBio" teve inspiração nas leis do estado americano da Califórnia. Para cumprir as metas cria-se o comércio de créditos de carbono (CBios). As grandes emissoras (petrolíferas, em essência) compram créditos dos produtores de biocombustíveis. Estes são estimulados a buscar máxima produtividade e assim gerar mais Cbios. Fabricantes de veículos também se sentiriam estimulados a investir em motores mais eficientes -- como o 1.0 turbo de 185 cv.
Na verdade, essa é uma tendência em curso e só precisava desse empurrão estratégico. Desde 2014, Unicamp, USP, ITA e Instituto Mauá de Tecnologia receberam o apoio do Grupo PSA (Peugeot, Citroën, DS e Opel) e da Fapesp para fundar o Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) Professor Urbano Ernesto Stumpf -- o nome homenageia o cientista falecido em 1998, considerado o pai do motor a etanol no Brasil.
Com o RenovaBio, abre-se a possibilidade de autossustentação de CPEs que, além de oferecer resultados práticos, possam absorver riscos ao pesquisar algo inédito e avançado, como acontece nos EUA, Europa e Japão. Colaboram com o Centro acima citado cientistas da França, Itália, Inglaterra e Alemanha.
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Roda Viva
+ Projeto Berlineta deve se materializar em 2019. Trata-se de um carro de competição brasileiro em colaboração com a ítalo-germânica Micla. Apenas 850 kg de peso, motor central, tração traseira e mecânica a definir. Seu estilo é um tributo ao inesquecível Willys Interlagos, a versão nacional do Alpine A108, cuja releitura moderna acaba de estrear na Europa.
+ Atmosfera interna e motor 1.0 turbo são os grandes destaques do novo Polo. Bancos com assentos generosos, painel bem projetado, espaço para pernas na parte traseira, precisão de direção e ótimo câmbio automático de seis marchas completam o conjunto. Rodas de aro 17 da versão Highline tornam o rodar mais áspero que as de aro 15 da Comfortline.
+ Faróis de LED (Diodos Emissores de Luz, em inglês) vão substituir de forma mais rápida do que se pensava os de xenônio. Embora a tecnologia de LED seja cara, o aumento de produção está diminuindo seu custo. Além disso, ao contrário de lâmpadas de xenônio, LEDs dispensam sistemas de regulagem automática de altura dos fachos e de limpeza das lentes por jato de água.
+ Para inibir o uso do celular enquanto se está ao volante, a GM decidiu entrar no ramo de comércio eletrônico, nos EUA, por meio da central multimídia no painel. De início, a oferta de itens é pequena: apenas reservas em restaurante, teatro e pequenas compras. Faz parte da estratégia de evitar distrações e será disponibilizada aos poucos em toda a linha de modelos daquele mercado.
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