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Pessoas com deficiência criam bloco pela inclusão no Carnaval em BH

Foliões curtem o bloco Todo Mundo Cabe no Mundo, em Belo Horizonte, no Carnaval de 2016 - Divulgação/Leonardo Medina
Foliões curtem o bloco Todo Mundo Cabe no Mundo, em Belo Horizonte, no Carnaval de 2016 Imagem: Divulgação/Leonardo Medina

Miguel Arcanjo Prado

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

24/02/2017 14h32

Tornar o mundo um lugar aberto às diferenças e com preconceito zero é o objetivo do bloco Todo Mundo Cabe no Mundo, criado em 2016 em Belo Horizonte, para dar vez às pessoas com deficiência na folia e que desfila pela segunda vez neste domingo (26), com concentração na rua Piauí, 647, no bairro de Santa Efigênia.

A ideia do bloco inclusivo partiu do artista plástico Marcelo Xavier, que é cadeirante e já atuou como carnavalesco. O bloco foi um desdobramento natural do projeto Preconceito Zero – Todo Mundo Cabe no Mundo, feito em 2012 na praça Duque de Caxias, no bairro de Santa Tereza.

A bateria do bloco é aberta. Quem quiser levar seu instrumento pode tocar. “Basta vir com sua animação”, pedem os organizadores. Xavier espera uma forte participação de pessoas com deficiência e pessoas com necessidades especiais no cortejo.

“Nossa ideia de Carnaval sempre foi a de afirmação da festa como manifestação folclórica, popular, democrática, gratuita e aberta ao livre espaço da rua em que todos os cidadãos se sintam convidados a participar”, fala Xavier.

bloco Todo Mundo Cabe no Mundo, de Belo Horizonte - Divulgação/Leonrado Medina - Divulgação/Leonrado Medina
Imagem: Divulgação/Leonrado Medina
Ele se diz contente por Belo Horizonte ter criado um Carnaval de rua com essas características e vê o crescimento da festa como “a realização de um sonho”.

Uma marchinha criada por ele especialmente para o bloco fala justamente disso. Ela diz: “BH, a bela adormecida, que dormia em pleno Carnaval, um dia acordou e não sai mais da rua e não quer mais parar de pular, de pular, de pular”.

Xavier diz que seu bloco deixa a festa ainda mais diversa. “Festa popular sem a inclusão absoluta de todos, que condene parte da população, seja ela qual for, a meros espectadores é um contrassenso”, explica.

E prossegue seu discurso: “Conhecemos muito bem o grande inimigo do ideal de inclusão social: o preconceito. Sabemos, também, da força de armas como a arte, o folclore, a alegria, o compartilhamento no combate a esse inimigo. O nosso carnaval tem essas armas e é com elas que botamos o nosso bloco na rua”, finaliza.

Bloco Todo Mundo Cabe no Mundo
Quando: Domingo (26), concentração às 9h e saída às 11h, da rua Piauí, 647, Santa Efigênia, Belo Horizonte