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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Doenças de outono: veja quais são as mais comuns, sintomas e o que fazer

Imagem: Getty Images

Janaína Silva

Colaboração para VivaBem

18/04/2024 04h05

Outono é quase sinônimo de doenças respiratórias, seja pela alta dos casos de alergias como também pela circulação de vírus, entre outros patógenos, que afetam o sistema respiratório.

A lista inclui:

  • gripe
  • resfriado
  • sinusite
  • rinite
  • bronquite
  • bronquiolite
  • crises de asma
  • e, também, pneumonia

Além de sintomas como tosse e alergias, em decorrência da variação de sazonalidade, caracterizada pela mudança de temperatura, queda da umidade do ar e poluição.

"As infecções respiratórias mais comuns nessa época do ano são causadas por vírus como o rinovírus, adenovírus e metapneumovírus, causadores dos resfriados comuns e, com maior gravidade, a influenza", lista Silvio Bertini, infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz (SP).

O aumento da concentração de poeira e poluentes no ar —por causa do tempo seco dessa época— provoca o ressecamento das mucosas das vias aéreas respiratórias e leva às crises de rinite, sinusite, faringite e asma.

"A rinite é uma inflamação alérgica e que afeta o nariz, enquanto a asma é uma doença inflamatória crônica que prejudica os brônquios. A faringite e a sinusite, na faringe e nos seios da fase, respectivamente, são infecções que podem ser desencadeadas por vírus e bactérias, e não apenas alergia", explica Maria Vera Cruz, pneumologista do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual), em São Paulo.

Uma sinusite não tratada corretamente ocasiona um mecanismo chamado de gotejamento nasal exterior que pode levar a pneumonia.

A existência de alterações anatômicas, como o desvio do septo nasal, também favorece a piora dessas enfermidades, segundo Leonardo Bomediano Garcia, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês (SP). "Hipertrofia dos cornetos nasais e bloqueios na drenagem dos seios da face são fatores que podem ser considerados como de piora dos sintomas alérgicos e aumento das infecções respiratórias."

Frio deixa doente?

É preciso esclarecer que uma das principais crenças que relaciona as baixas temperaturas como diretamente responsável pelos casos de resfriados não passa de mito.

Na realidade, o frio em si não causa doenças respiratórias. O que ocorre nesta época do ano é que as pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados, com pouca circulação de ar, levando ao crescimento da disseminação dos vírus respiratórios. Thales Araújo de Oliveira, pediatra do centro de excelência e pronto-socorro do Sabará Hospital Infantil, que realiza uma campanha contra a circulação de notícias falsas

A boa notícia é que cuidados com a higiene pessoal, como fazer lavagem nasal com soro fisiológico, vacinação em dia e limpeza adequada de roupas de frio e cobertores guardados colaboram com a redução da incidência de casos.

Os hábitos recomendados durante a alta dos casos de covid, como lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel, evitar aglomerações e usar máscaras também são práticas que devem ser mantidas para evitar a proliferação tanto do coronavírus quanto de outros, como o vírus da influenza.

Deve-se ter cuidado também com a manutenção do ar-condicionado, local em que se acumulam bactérias e a outros agentes, como legionella, que causa pneumonia.

Doenças mais comuns e sintomas

Resfriados: mal-estar, espirros, coriza e obstrução nasal, febre, que ficam mais leves após o período de 48 horas. Já o quadro inicial da gripe tem características similares ao do resfriado, entretanto o tempo do paciente sintomático é maior, em torno de uma semana, com a presença de falta de apetite e perda de peso.

Gripe: o vírus influenza tem alta transmissibilidade por espirro e tosse, além do contato direto das mãos e objetos comuns como corrimões e maçanetas.

Viroses: o tempo seco propicia a colonização de vírus e infecções respiratórias com alta transmissibilidade levando ao aumento de viroses que provocam diarreia, febre, vômito, enjoo, dor muscular, dor na barriga, dor de cabeça e secreção nasal.

DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) está relacionada ao tabagismo. Com o ar seco e a inflamação de mucosas entre os meses de março e junho, há maior incidência da bronquite crônica (estreitamento das vias aéreas) e de enfisema (danos irreversíveis nos alvéolos).

Covid-19: há o aparecimento de quadro inflamatório da garganta, evolução para tosse seca, seguida de espirros, coriza, mal-estar, febre, bem como fraqueza. Ocorre também a diminuição de olfato e paladar.

Época exige atenção redobrada com alguns grupos

Imagem: Getty Images

As crianças estão mais suscetíveis a gravidade. "São pacientes que podem evoluir para quadros graves mais rápido devido à rápida desidratação. Por isso, a prevenção com a vacinação é a melhor medida para diminuir o risco de evolução para casos graves", diz o infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz.

A bronquiolite, causada pelo VSR (vírus sincicial respiratório), é comum em bebês e crianças menores de dois anos, com chiado no peito, febre e cansaço, conforme explica Emanuell Felipe Silva Lima, pneumologista do HDT-UFT (Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins) em Araguaína, ligado à rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

As crianças com doença respiratória crônica, asmática ou que tenha problema autoimune necessitam de mais cuidados. "Nesse grupo estão também pessoas com comorbidades, imunossuprimidas, com câncer e tuberculose. As infecções virais e bacterianas podem piorar uma doença crônica, como as pulmonares, renais e cardíacas", alerta Vinícius José Anacleto Agostinho, pneumologista da Santa Casa de São José dos Campos (SP).

Já os idosos são mais suscetíveis às infecções respiratórias, pois têm menor capacidade de regular a temperatura corporal e um sistema imunológico mais vulnerável. Portanto, medidas preventivas devem ser tomadas para garantir o bem-estar e a saúde, como vacinação, hidratação e boa alimentação.

"Os que já possuem DPOC ou asma necessitam ser monitorados, certificando se tomaram os medicamentos conforme prescritos, e evitar exposição a fatores desencadeantes, como fumaça de cigarro e poluição do ar", esclarece Maria Carolyna Fonseca Batista Arbex, geriatra, especialista em cuidados paliativos e médica assistente do Ambulatório de Memória e Geriatria da Uniara (Universidade de Araraquara), no interior de São Paulo.

Quando buscar ajuda?

Quem está com nariz obstruído, congestão nasal recorrente, espirros, coriza, episódios de sinusite, asma e bronquite deve se consultar com especialistas, como o otorrinolaringologista, para o tratamento correto a fim de evitar o aparecimento ou piora do quadro.

Casos com febre por mais de 72 horas e ou associado a falta de ar e necessitam avaliação.

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