Dor do parto é a pior que existe? Outras podem ser até mais torturantes

Todo mundo já ouviu que não há, no mundo, dor pior do que a do parto. Embora o nível de dor seja algo subjetivo e que depende de vários fatores, especialistas dizem que quem dá à luz não sofre tanto quanto quem tem cólicas de pedras nos rins.

Além da cólica renal provocada por cálculos, a dor do glaucoma descompensado (pressão dentro do olho aumentada) também está no topo da lista.

Cólica renal

A dor da cólica renal, também conhecida como cólica nefrética, é caracterizada por uma intensa e súbita dor aguda na região lombar, geralmente concentrada em um dos lados das costas. Essa dor pode irradiar para a parte frontal do abdômen e para a virilha.

As causas da cólica renal estão frequentemente associadas à formação de cálculos renais. Eles são depósitos sólidos que se desenvolvem nos rins a partir de minerais e sais.

Quando esses cálculos obstruem o fluxo normal da urina pelos ureteres, causam distensão e inflamação. Isso desencadeia a dor intensa característica da cólica renal.

Outras causas podem incluir infecções renais, anomalias anatômicas e obstruções urinárias. O tratamento geralmente visa a aliviar a dor, promover a passagem dos cálculos e tratar a causa subjacente, quando aplicável.

Glaucoma descompensado

O glaucoma descompensado refere-se a uma forma mais avançada e não controlada dessa condição ocular progressiva que afeta o nervo óptico. O glaucoma é caracterizado pelo aumento da pressão intraocular, resultando em danos ao nervo óptico e perda gradual da visão periférica.

Quando não devidamente controlado, o glaucoma descompensado significa que a pressão intraocular atinge níveis críticos, agravando os danos ao nervo óptico de maneira mais pronunciada.

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Os sintomas do glaucoma descompensado podem incluir visão embaçada, dores oculares intensas, halos ao redor das luzes, náuseas e vômitos. Além disso, o paciente pode experimentar uma rápida deterioração da visão central e periférica.

É crucial que o glaucoma seja diagnosticado precocemente e tratado adequadamente para evitar a progressão para estágios descompensados, que podem resultar em danos irreversíveis à visão.

Dá e passa

Em comum, dores renais e do glaucoma são contínuas, o que as torna ainda mais insuportáveis do que ter um bebê sem anestesia. Afinal, a dor do parto vem e passa. Além disso, a dor tem hora para acabar: quando o bebê nasce. As dores do parto são uma parte essencial do processo de dar à luz e estão associadas às contrações uterinas e à dilatação do colo do útero.

As dores do parto podem ser divididas em duas categorias principais: dores de trabalho de parto e dores de parto durante a fase de expulsão. Durante as contrações uterinas, a dor é geralmente descrita como intensa e cíclica, à medida que o útero se contrai para empurrar o bebê em direção ao canal de parto.

A dor de trabalho de parto é causada pela liberação de substâncias químicas chamadas prostaglandinas. Elas estimulam as contrações musculares.

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Já as dores de parto durante a fase de expulsão ocorrem quando o colo do útero está completamente dilatado. E a mãe começa a empurrar para expulsar o bebê.

Nesse estágio, a dor está relacionada à distensão dos tecidos e à pressão exercida sobre a pelve. As dores do parto têm uma função biológica vital, preparando o corpo da mulher para o nascimento e facilitando a passagem segura do bebê pelo canal de parto.

Fonte: Paulo Basto de Albuquerque, médico da Clínica Obstétrica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo

*Com matéria publicada em 17/04/2012

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