Surto de covid: devo tomar a vacina? Em que fase está a vacinação?

Festas de Natal e Réveillon, férias, Carnaval. A transição de ano marcada por aglomerações veio acompanhada do aumento de casos de covid-19 no Brasil. De 1º de janeiro a 17 de fevereiro, 241.640 novos casos foram notificados, além de 1.325 óbitos registrados, segundo o último informe do Ministério da Saúde.

A alta de infecções pelo coronavírus ocorre em meio a uma nova onda de dengue no país, que causou 122 mortes no mesmo período. Quando comparadas, a covid-19 matou 10,8 vezes mais do que a dengue até o momento.

Em decorrência do novo surto, o órgão fez um alerta esta semana para que os brasileiros mantenham a vacinação contra a doença em dia.

"A vacina não impede a infecção, assim como várias não impedem, mas ela tem como principal objetivo limitar as hospitalizações, evitar sequelas e mortes", explica Isabella Ballalai, diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

O ministério informa que os imunizantes atualmente em uso pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) oferecem proteção contra formas graves e óbitos das variantes que estão em circulação.

No entanto, a vacina monovalente atualizada para a variante XBB 1.5, aprovada pela Anvisa em dezembro, deve chegar ao Brasil em março deste ano, informou pelo Twitter Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.

Quem deve tomar vacina contra covid-19?

Como parte do Calendário Nacional de Vacinação desde 1º de janeiro, a vacina contra covid-19 deve ser aplicada em bebês e crianças a partir dos seis meses e abaixo de cinco anos (até quatro anos e 11 meses). O esquema vacinal é composto por três doses.

Também há vacina destinada a crianças de grupos prioritários entre cinco anos e menores de 12 anos.

Continua após a publicidade

Atualmente, a fase da vacinação estabelecida pelo Ministério da Saúde foca em um grupo prioritário composto por:

  • Gestantes e puérperas
  • Trabalhadores da saúde
  • Imunocomprometidos
  • Pessoas com 60 anos ou mais
  • Indígenas, ribeirinhos e quilombolas
  • Pessoas vivendo em instituições de longa permanência (e seus trabalhadores)
  • Pessoas com deficiência permanente
  • Pessoas com comorbidades
  • Pessoas privadas de liberdade com 18 anos ou mais
  • Adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas
  • Pessoas em situação de rua

Quem não se encaixa no grupo prioritário pode se vacinar, dando continuidade aos reforços, a depender da disponibilidade das doses. Além disso, à medida que novas vacinas são aprovadas, as recomendações e os esquemas poderão ser atualizados.

Para o ministério, "é urgente" que pessoas ainda não vacinadas ou que estão com alguma dose atrasada vão até uma unidade de saúde para completar o esquema vacinal e reforçar a proteção contra a covid.

Esquema vacinal

Segundo informe técnico da SBIm:

Continua após a publicidade

Quem não se vacinou: duas doses, com intervalo de quatro semanas entre elas.

Quem recebeu apenas uma dose

  • Pessoas a partir de 60 anos, maiores de 5 anos imunocomprometidos, gestantes e puérperas: duas doses, com intervalo de seis meses;
  • Demais pessoas dos grupos prioritários: uma dose anual.

Tratamento em caso de doença

Pessoas com mais de 65 anos ou imunossuprimidas, ou mais de 18 anos com comorbidades e que tenham sido diagnosticadas com covid-19 têm direito ao antiviral Paxlovid (nirmatrelvir+ritonavir) no SUS.

O medicamento deve ser tomado até o quinto dia após o início dos sintomas. O tratamento reduz o risco de internações, complicações e mortes pela doença.

Continua após a publicidade

Percepção de risco mudou

Embora a covid tenha causado mais vítimas fatais do que a dengue neste começo de ano, a diretora da SBIm observa que a preocupação já não é mais a mesma. "Comparado ao que tinha antes, que a gente chegou a ver 4.000 mortes por dia, a percepção de risco é muito baixa."

Hoje, já não se vê filas enormes em busca da vacina contra o coronavírus e, segundo a médica, a hesitação vacinal vai muito além das fake news.

Trata-se de um comportamento em que a pessoa já não se vê mais sob risco de infecção, mesmo com os dados alarmantes, ou pensa que o possível efeito colateral não compensa o benefício da vacina.

Mas se em 2024 a covid-19 causa menos mortes do que no início dos anos 2020 é porque a vacina protegeu e freou o contágio.

"Enquanto se espera uma vacina mais atualizada, fazer a vacinação atual gera proteção válida", reforça Ballalai.

Continua após a publicidade

Proteção além da vacina

O Ministério da Saúde reforça o uso de máscara nas seguintes condições:

  • Em locais de maior risco, principalmente nos ambientes assistenciais em saúde;
  • Por pessoas em maior vulnerabilidade a formas graves, dando preferência para modelos com boa capacidade filtrante, como PFF2 ou N95;
  • Pessoas com sintomas suspeitos de covid-19 ou outras infecções respiratórias. Nesses casos, procurar orientação médica para diagnóstico e aconselhamento.

Outras formas de se proteger:

  • Distanciamento físico (limitar o contato próximo com pessoas infectadas ou com sintomas);
  • Cobrir nariz e boca com lenço de papel ou antebraço ao tossir ou espirrar;
  • Higienizar as mãos;
  • Evitar tocar olhos, nariz e boca quando as mãos não estiverem limpas;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal sem higienização adequada;
  • Realizar a limpeza dos ambientes.

Deixe seu comentário

Só para assinantes