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O que é hepatite autoimune, doença que matou jogadora de futsal de 20 anos

Pietra Medeiros, jogadora de futsal do Taboão Magnus - Divulgação/Taboão Magnus
Pietra Medeiros, jogadora de futsal do Taboão Magnus Imagem: Divulgação/Taboão Magnus

De VivaBem, em São Paulo*

21/08/2022 10h54

A jogadora de futsal Pietra Medeiros, do Taboão Magnus, morreu aos 20 anos. Pietra estava internada há mais de 10 dias com diagnóstico de hepatite autoimune. Ela fez um transplante de fígado nesta semana, mas não resistiu e morreu no sábado (20).

A hepatite autoimune é uma doença inflamatória crônica do fígado de causa desconhecida que afeta mais frequentemente as mulheres e tem um ciclo variável, variando de nenhum sintoma à insuficiência hepática fulminante. Nela, o sistema imune ataca as células do fígado causando inflamação e alteração da função do órgão.

Trata-se de uma doença complexa, poligênica e multifatorial, que é causada pela interação de um gatilho, provavelmente, relacionado a fatores ambientais em um indivíduo geneticamente suscetível.

Apresenta ocorrência universal e sua prevalência mundial permanece desconhecida. No Brasil, apesar dos poucos estudos realizados, é responsável por 5% a 19% das doenças hepáticas dos principais centros, por menos de 5% dos pacientes em lista de transplante e por cerca de 6% dos transplantes realizados no HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Os principais fatores para o diagnóstico da doença são:

  • presença de fatores de risco
  • fadiga/mal-estar
  • anorexia
  • desconforto abdominal

A doença não tem cura e o tratamento consiste em diminuir a atividade do sistema imune com drogas imunossupressoras e uma dieta equilibrada.

As opções de tratamento incluem corticosteroides isolados ou em combinação com outros imunossupressores. O transplante de fígado é indicado em pacientes com doença hepática avançada que são refratários ou intolerantes à corticoterapia. Sem tratamento, a sobrevida em 10 anos é menor que 30% e em 5 anos de 50%.

*Com informações do BMJ e da Sociedade Brasileira de Hepatologia