Peguei covid, quanto tempo devo esperar para tomar nova dose da vacina?

O Brasil vive um novo aumento de casos e pessoas com sintomas da covid-19, após o relaxamento de algumas medidas sanitárias, como o uso obrigatório de máscara. E com o ciclo de vacinação caminhando para a aplicação de novas doses, muitas dúvidas ainda surgem em relação ao reforço do imunizante.

O Ministério da Saúde autorizou no início deste mês a aplicação da quarta dose da vacina contra covid-19 para pessoas acima de 50 anos e trabalhadores da saúde de todas as idades. É preciso esperar um intervalo de 4 meses a partir da 3ª dose para receber o novo imunizante de reforço. A vacina serve como um estímulo adicional de proteção, para incentivar a formação de anticorpos neutralizantes.

Relacionadas

Covid-19 em alta: veja os principais sintomas da doença atualmente

Pegou covid pela 1ª vez? Veja como testar, tempo de isolamento e alertas

Confuso? Covid, gripe, sinusite ou dengue: como saber o que tenho?

A ampliação do público-alvo para a quarta dose se dá em um momento em que o Brasil enfrenta, após flexibilizações, uma alta no número de casos e internações pela covid-19. Segundo a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), nas últimas duas semanas, hospitais privados de todo Brasil registraram um aumento médio de 94% no número de casos confirmados de covid-19.

Dos atendimentos relacionados à covid-19 em pronto-socorro (30% da demanda), 4,52% acabaram internados e, aproximadamente, 1,2% precisou ser encaminhados para a UTI. A taxa de ocupação dos hospitais privados, nas duas últimas semanas, alcançou a média de 84% —em abril esse número não passou de 77,5%.

A pesquisa da Anahp também indicou que, neste mesmo período, 5,5% dos profissionais de saúde foram afastados com diagnóstico positivo da covid-19.

Peguei covid, quando posso tomar uma nova dose da vacina?

O prazo recomendado pelo Ministério da Saúde para tomar uma nova dose da vacina é de 30 dias após o início dos sintomas. Essa indicação também se estende para crianças e pessoas assintomáticas, mas que tiveram um teste positivo para a doença. O órgão fala que é necessário esperar a recuperação clínica total para então tomar a dose adicional, caso a enfermidade dure mais tempo.

A orientação sobre o intervalo de um mês no caso de infectados pela covid-19, na verdade, independe se o paciente estiver em busca da primeira, segunda, terceira ou quarta dose do imunizante. Isso porque ocorre um aumento transitório de anticorpos assim que o indivíduo testa positivo para a covid-19, por isso recomenda-se adiar a vacina e aguardar a baixa natural desses anticorpos.

Na prática, quando a pessoa é infectada, existe uma tentativa do sistema imunológico de bloquear a infecção, o que leva a um aumento de anticorpos. Esse é um período em que há mais risco de complicações, por isso é melhor não aplicar a vacina porque ela pode, inclusive, acabar levando a culpa por uma complicação que é da própria doença.

E se os sintomas se prolongarem por mais de 30 dias?

A manutenção dos sintomas —covid longa ou síndrome pós-covid—, não interfere na vacinação. Mesmo que os sintomas persistam depois de 30 dias a pessoa deve atualizar seu ciclo vacinal contra a covid-19.

A única contraindicação para tomar o imunizante é se o paciente apresentar febre, neste caso, ele deve aguardar passar o período febril para se vacinar. Caso esse quadro seja diagnosticado como covid-19, é necessário aguardar as quatro semanas. As demais patologias devem ser avaliadas individualmente pelo médico.

Tomei vacina e só depois descobri que estou com covid
Os especialistas garantem que não há problema e nem necessidade de uma revacinação. Aguardando os 30 dias, a pessoa ganha um mês a mais de proteção tomando a vacina, mas não precisa repetir a dose que já foi ministrada.

Para garantir um grau de proteção mais elevado contra variantes como a ômicron, é necessário seguir as orientações da ciência e completar o ciclo vacinal recomendado com todas as doses de reforço disponíveis, de acordo com o calendário de vacinação em cada estado.

*Com informações de reportagens publicadas em 18/01/2022 e 07/04/2022.