Estudo: casos de morte súbita após sexo são raros, mas homem tem mais risco
A morte súbita, que nada mais é do que uma parada cardíaca, está geralmente associada à prática de exercícios físicos. Apesar de ser um evento mais raro, a atividade sexual também pode ser um fator de risco para este problema, principalmente em homens jovens ou de meia-idade, segundo um novo estudo publicado em 12 de janeiro deste ano, no periódico Jama Cardiology.
O artigo analisou 6.847 autópsias de casos que foram encaminhados, entre 1º de janeiro de 1994 e 31 de agosto de 2020, ao centro de patologia cardíaca da Universidade de St. George, de Londres.
Entre os corpos analisados, 17 —ou 0,2%— dos casos ocorreram durante ou 1 hora após o sexo. A idade média foi de 38 anos e a maioria era do gênero masculino. O estudo também revelou que a morte súbita pode afetar as mulheres, embora seja menos comum.
Outra descoberta é que os pacientes que sofreram morte cardíaca súbita relacionada à atividade sexual tinham, em sua maioria, o coração estruturalmente normal. Isso pode sugerir a presença de doenças genéticas, como canalopatias, que produzem proteínas "defeituosas" podendo causar arritmias e morte súbita. Os demais pacientes apresentavam algum tipo de miocardiopatia.
Com a descoberta, os autores do estudo destacam que a atividade sexual é relativamente segura em pacientes com problemas cardíacos, especialmente em indivíduos mais jovens, com menos de 50 anos. No entanto, é sempre importante cuidar da saúde do coração, principalmente quando há a presença de sintomas e/ou história familiar de morte súbita ou síncope.
Os sinais envolvem história prévia de desmaios, falta de ar, dor no peito ou aceleração dos batimentos cardíacos. O cardiologista do Hospital Pró-Cardíaco Cláudio Tinoco Mesquita explica que homens com disfunção erétil e pouca libido também devem procurar o médico, pois estes podem ser sinais da fase inicial de problemas físicos, em especial os ligados ao sistema cardiovascular, como infartos, derrames e pressão alta.
"A prevenção é sempre a melhor maneira de se evitar complicações cardíacas de risco, e com boas medidas de saúde, a prática é segura e muito indicada, já que alguns estudos apontam que sexo de duas a três vezes por semana pode ter um efeito protetor para o coração pois, além de poder ser considerado um exercício de intensidade moderada, os hormônios liberados após a ejaculação ajudam a equilibrar uma série de funções metabólicas. Nestes achados, os homens com mais disposição para o sexo costumam ser menos sedentários e cuidam melhor da saúde", aponta o cardiologista.
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