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Proteção de vacinas de mRNA e adenovírus cai 54,9% após 9 meses, diz estudo

Estudo analisou vacinas da Pfizer, AstraZeneza e Janssen - Getty Images
Estudo analisou vacinas da Pfizer, AstraZeneza e Janssen Imagem: Getty Images

Colaboração para o VivaBem, em São Paulo

28/01/2022 17h49

Um estudo apontou que a proteção das vacinas contra a covid-19 que usam tecnologia de mRNA pode cair em 54,9% para infecções e 40% para casos graves, nove meses após a imunização com as duas doses. Os dados foram publicados na quinta-feira (27) na revista Lancet por uma equipe liderada pelo professor Giovanni Corrao, da Universidade de Milano-Bicocca, na Itália.

A pesquisa usou a base de vacinados na região da Lombardia, onde mais de 5,3 milhões de pessoas e adolescentes a partir de 12 anos receberam os imunizantes da Pfizer, que utiliza tecnologia de RNA mensageiro, da AstraZeneca e Janssen —estas duas últimas usam vetores virais com adenovírus inativado. Foram analisados dados de imunização completa (duas doses) entre janeiro e novembro de 2021.

Ao todo, a região registrou 14.140 infecções e 2.450 casos graves da covid-19, sendo 60 internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 229 mortes. Considerando o período do estudo, ao final do nono mês, o número de infecções saltou de 4,6 para 10,2 a cada 10 mil habitantes por mês. O de doenças graves aumentou de 1,0 para 1,7.

Segundo o estudo, a taxa de infecção foi estável de agosto a outubro, enquanto um ligeiro aumento da taxa de doença grave foi observado em outubro.

Pessoas com 60 anos ou mais que tomaram vacinas com vetor viral registraram mais infecções: 4 a 23,5 casos a cada 10 mil pessoas por mês. Em comparação, as vacinas apresentaram índices parecidos contra repercussões graves da covid-19: vacinas de mRNA registraram de 1,1 a 1,5 casos a cada 10 mil pessoas por mês, e imunizantes com vetor de adenovírus tiveram 0,5 a 0,9 casos.

"Esses dados sugerem que tanto as vacinas baseadas em mRNA quanto as com vetor de adenovírus exercem um efeito protetor sustentado contra as formas graves da infecção por Sars-CoV-2", afirmou o estudo. "O tipo de mRNA parece estar mais bem equipado para prolongar o efeito protetor inicial contra a infecção", pontuou a equipe.

Para o grupo, os dados indicam a importância da imunização e que as campanhas de reforço devem ser aceleradas, assim como atentam para manutenção das regras de isolamento.

"Embora o risco de infecção após a vacinação, e ainda mais de doença grave, permaneça baixo, o aumento gradual dos desfechos clínicos relacionados à infecção sugere que a campanha de reforço deve ser acelerada e que medidas de proteção social e individual não devem ser abandonadas", diz a pesquisa.