Cólicas e vômitos são sintomas comuns da gastroenterite; entenda o quadro

Nos últimos dias, além da covid-19 que já se arrasta desde o início de 2020, o surto de gripe tem preocupado autoridades de vários países, inclusive, do Brasil. Mas não para por aí.

Atualmente, a gastroenterite também está levando pacientes a buscar ajuda médica. O país, portanto, se prepara para um janeiro com hospitais lotados graças a essa onda simultânea de doenças, segundo afirmou o ministro francês da Saúde, Olivier Véran, nesta segunda-feira (3).

Relacionadas

Gastrite, taquicardia, ansiedade: café pode causar doenças?

Gastrite ou dor de estômago? Não confunda! Entenda as diferenças entre elas

Molho, chocolate, café e outros alimentos que quem tem gastrite deve evitar

A gastroenterite afeta o estômago e intestino. Também chamada de gastroenterocolite, o quadro é uma inflamação aguda provocada por vírus (a famosa "virose", geralmente provocada por algum tipo do gênero Enterovírus) ou bactéria e costuma evoluir rapidamente.

"É comum a pessoa estar bem e, de uma hora para outra, apresentar todos os sintomas de uma vez", explica Alexandre Sakano, gastrocirurgião da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Náuseas, vômitos, cólicas de forte intensidade e diarreia são os principais sintomas, mas a pessoa pode apresentar tontura, mal-estar e febre baixa também. Quando é provocada por bactéria, a gastroenterocolite também provoca febre alta e diarreia com sangue.

A gastroenterocolite é provocada por vírus e bactérias que acabam sendo transmitidos por meio de água ou alimentos contaminados. Sakano reforça a importância de se observar os alimentos consumidos, evitando comer em espaços em que a comida fica exposta por muito tempo no balcão, por exemplo. "O melhor é consumir alimentos em locais de confiança e comidas frescas, preparadas na hora", explica. Hábitos de higiene pessoal, como lavar as mãos antes das refeições, também devem ser mantidos.

Sintomas podem durar até 15 dias

Normalmente, a inflamação costuma durar entre três e cinco dias, mas os sintomas —principalmente a diarreia — podem permanecer por até 15 dias. O mais comum é que o quadro regrida sozinho. Não há remédios para curar o problema, apenas para amenizar os sintomas.

Medicamentos como probióticos, remédios para enjoo e a ingestão de líquidos e alimentação leve costumam ajudar na recuperação nesses primeiros dias. De acordo com Sakano, no entanto, se o vômito e a diarreia continuarem por mais de três dias, é importante procurar ajuda médica, pois a perda de líquidos pode levar a um quadro de desidratação.

Nesse caso, são aplicados remédios para conter a diarreia e ainda hidratação com soro pela veia. Se a inflamação tiver causa bacteriana, o médico pode optar por recomendar o uso de antibióticos também. É importante que idosos e bebês recebam atenção especial, já que, por conta da imunidade baixa, podem apresentar complicações.

"Além do quadro de desidratação evoluir mais rápido, a perda de bactérias do bem da flora intestinal pode provocar um aumento de bactérias ruins no intestino, elevando as chances de desenvolver alguma infecção", alerta o especialista.

*Com informações de reportagem publicada em 07/01/2020.