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Chuchu é versátil, barato, fácil de encontrar e saudável; veja benefícios

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Cecilia Felippe Nery

Colaboração para o VivaBem

04/10/2021 04h00

Se você já torceu o nariz ao ver um prato à base de chuchu nas refeições, saiba que ele é bastante saudável e, dependendo do preparo, pode ser muito saboroso. Chuchu tem sim sua graça e um sabor que combina com tudo, afinal, mais que um legume, ele é, na verdade, um fruto.

Versátil e benéfico à saúde, o chuchu é, também, um aliado e tanto na economia doméstica: barato em comparação a outros alimentos, é de fácil cultivo, por isso está presente em todo o planeta —cresce praticamente em todo lugar onde for plantado, podendo ser encontrado em qualquer época do ano.

Sua origem, entretanto, é mexicana, onde era cultivado pelos astecas, que o chamavam de chayotl. O chuchuzeiro tinha grande destaque entre os vegetais da época e sua fama transpôs, em pouco tempo, as fronteiras mexicanas, passando primeiramente para as Antilhas e, em seguida, para outros países. De acordo com o nutricionista Cleydson Sobral, o chuchu é considerado um item básico na alimentação no México e na América Central, sendo usado também como planta medicinal. "Nesses locais, todas as partes da planta (das raízes às folhas) são consumidas", destaca.

O chuchu é da família das cucurbitáceas, assim como o pepino, a abóbora, o melão e a melancia. A engenheira de alimentos Fabiane Mendes da Camara diz que as características, como coloração de casca, formato e gomos estão relacionadas aos grupos (verde-escuro, verde-claro e branco-creme) bem como a região de origem (clima e solo).

Valores nutricionais

A composição nutricional do chuchu é influenciada pelo clima, região, cultivo, condições, idade da planta e os métodos de processamento. "Embora a fruta verde madura é a porção mais consumida da planta, os frutos imaturos, folhas jovens, brotos e as raízes tuberosas também podem ser consumidas, proporcionando uma importante fonte de nutrientes", aponta Sobral.

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Chuchu pode ser consumido cru ou cozido
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De acordo com a Taco (Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos), o chuchu apresenta a seguinte composição (por 100 g de parte comestível cozida):

  • Energia: 19 kcal
  • Proteína: 0,4 g
  • Fibras: 1 g
  • Cálcio: 8 mg
  • Fósforo: 13 mg
  • Ferro: 0,1 mg
  • Potássio: 54 mg
  • Vitamina C: 5,6 mg

Com todos esses nutrientes, os benefícios que o chuchu proporciona à saúde são importantes e eficazes. Confira:

1. Regula a pressão arterial

Rico em potássio, o consumo de chuchu contribui para controlar a pressão arterial, equilibrando os efeitos do sódio no organismo.

2. Ajuda na saúde do coração

O chuchu auxilia na prevenção de arteriosclerose, problemas cardiovasculares, controla os níveis de açúcar no sangue e diminui o colesterol "ruim" (LDL).

3. É digestivo e auxilia no funcionamento do intestino

É de sabor suave e leve, o que facilita a digestão. Por conter água e fibras, auxilia no processo de motilidade intestinal. O chuchu ainda tem efeito diurético e hidratante.

4. Ajuda a prevenir envelhecimento

Além dos minerais cálcio, fosforo, zinco, magnésio e ferro, essenciais para nossa saúde, o chuchu contém vitamina C, que é um excelente antioxidante, prevenindo assim o envelhecimento.

5. Contribui para a manutenção do peso

O chuchu apresenta baixo valor energético e elevado teor de água, e por essa razão é um alimento muito utilizado para manutenção de dietas. Por ser um vegetal de baixa caloria, contribui para o emagrecimento.

6. É bom para saúde dos rins

A boa quantidade de potássio faz com que o consumo de chuchu ajude também nas funções desses órgãos, favorecendo a filtragem de nutrientes, além de prevenir problemas como as pedras ou cálculos renais.

7. Melhora imunidade

O chuchu serve, ainda, como anti-inflamatório e aliado da imunidade, devido à presença da vitamina C e do zinco.

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Se for consumir cru, prefira ralá-lo, para que a mastigação seja mais confortável
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Como consumir

Há muitas formas de preparo e consumo do chuchu, inclusive, ele pode ser consumido cru. "Preferencialmente ralado, para proporcionar uma mastigação mais confortável e temperado com algum ácido como vinagre ou limão, que favorecem a digestão", recomenda Fabiana Nalon, mestre em nutrição humana.

Camara lembra que, habitualmente, não consumimos o chuchu cru, mas existem deliciosas receitas de saladas e vinagretes que podem ser utilizadas em acompanhamento de carnes e peixes.

Ele ainda pode ser assado no forno, cozido no vapor, refogado com cebola e temperos, usado em sopa e como recheio de tortas, suflês e com carnes cozidas. "Também em guisado, creme, com curry, frito, escalopado, salteado ou em conserva", acrescenta Sobral.

"Como o chuchu possui sabor neutro e é muito versátil, pode ser utilizado para preparo de doce em calda, semelhante à cereja em calda", sugere Camara.

E nada melhor do que apreciar o chuchu em uma boa e deliciosa receita. Confira esta sugerida por Nalon:

Chuchu ao forno

Ingredientes:

  • 1 chuchu descascado e cortado em fatias
  • Sal a gosto
  • 1/2 cebola
  • Salsinha e cebolinha a gosto
  • 1 ovo
  • 1/2 copo de leite
  • 1 colher (de sopa) de queijo parmesão
  • 1 colher (de chá) de farinha de trigo

Modo de preparo:

  1. Coloque o chuchu fatiado em uma panela com água e leve ao fogo. Assim que a água ferver, desligue o fogo e escorra a água;
  2. Em um pirex levemente untado com um pouco de manteiga, coloque as fatias de chuchu, polvilhe um pouco de sal e cubra com finas rodelas de cebola branca, salsinha e cebolinha;
  3. Por cima, coloque uma mistura de feita com o ovo batido com o meio copo de leite, o queijo parmesão e a farinha de trigo;
  4. Leve ao forno pré-aquecido a 180°C e deixe até que o creme tenha aparência de cozido.

Riscos e contraindicações

Chuchu é muito saudável, mas é preciso cuidado ao consumir, como todo e qualquer alimento. De acordo com Camara, quem tem doenças renais crônicas, como aqueles em diálise, possui necessidade de uma dieta com restrição na ingestão de eletrólitos, especialmente sódio e potássio, deve tomar cuidado. "Nesse caso, como o chuchu possui bom aporte de potássio, o consumo deve ser feito sob a orientação de um nutricionista e/ou médico", adverte.

Os alimentos têm sua função e devem fazer parte de uma dieta equilibrada, uma vez que todos os benefícios são associados em equilíbrio com outros alimentos e nutrientes. "Nenhum alimento isolado tem a capacidade de emagrecer ou engordar alguém, assim como trazer malefícios ou benefícios, quando não existe uma patologia em específico", assegura Sobral.

Fontes: Cleydson Sobral, nutricionista, especialista em nutrição esportiva e no tratamento da obesidade e emagrecimento no Recife (PE); Fabiana Nalon, mestre em nutrição humana e conselheira científica da ANDF (Associação de Nutrição do Distrito Federal) / Asbran (Associação Brasileira de Nutrição); Fabiane Mendes da Camara, engenheira de alimentos, mestre e doutora em ciência e tecnologia de alimentos.