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Covid-19: Butantan espera testar vacina em crianças e adolescentes

CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan - Cadu Rolim/Fotoarena/Estadão Conteúdo
CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan Imagem: Cadu Rolim/Fotoarena/Estadão Conteúdo

De VivaBem, em São Paulo

23/09/2020 08h57

Responsável pelos estudos da CoronaVac no Brasil, o Instituto Butantan pretende iniciar testes da vacina chinesa contra covid-19 em crianças e adolescentes.

Em entrevista ao jornal O Globo publicada hoje, o gerente médico de Ensaios Clínicos do Instituto Butantan, o infectologista colombiano Ricardo Palacios, espera começar o estudo ainda em 2020.

"Temos um plano de desenvolvimento clínico acordado com a China. Quando vimos a segurança no caso de idosos, com resposta imune adequada, o passo seguinte é ir para as crianças. Quando a gente tiver os resultados dos estudos de crianças e adolescentes na China vamos apresentar essas informações para a Anvisa, para também fazer testes no Brasil. Esperamos que ainda este ano", disse.

Ricardo Palacios também se disse satisfeito com o andamento da terceira e última fase de testes da vacina. De acordo com ele, a única reação relatada até o momento é dor no local da aplicação.

"Estamos bem satisfeitos, já sabemos que o perfil de segurança encontrado na China também está se repetindo no Brasil. A vacina é muito segura, é como se fosse uma das vacinas que normalmente tomamos, provoca pouquíssima reação. É um contraste com outros produtos que estão em estágio mais avançado. Posso dizer que é a mais segura entre as que estão sendo testadas no Brasil, a que causa menos reações. Vimos relatos dos colegas de outras vacinas, e a nossa causa menos reações, isso ficou muito evidente. O principal problema relatado é que dói um pouco no local da aplicação", afirmou.

O infectologista também disse que não está descartada a possibilidade de a vacina chinesa precisar de um reforço em algum período, mas não anualmente.

"Na primeira dose você apresenta o vírus para o sistema imune. Na segunda o que você faz é amplificar essa resposta. Isso é o que faz diferença, a segunda dose tem um papel fundamental. Mas a frequência de vacinação não deverá ser como a da influenza.

Poderemos precisar de um reforço, e com esse reforço teremos uma proteção de longa duração, talvez de cinco anos. A vacina da influenza requer reforço anual por mudanças no vírus. A taxa de mutação do coronavírus não parece ser tão grande", comentou.