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Rússia afirma que fornecimento de vacina ao Brasil deve começar em novembro

Ettore Chiereguini/AGIF/Estadão Conteúdo
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF/Estadão Conteúdo

De VivaBem, em São Paulo

11/09/2020 09h16

O RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto) e a Secretaria de Saúde da Bahia firmaram acordo para colaborar na distribuição no Brasil de 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik V contra o coronavírus.

Segundo comunicado enviado à imprensa, o fornecimento de vacinas ao Brasil está previsto para começar em novembro de 2020, sujeito à aprovação regulatória do governo brasileiro, que levará em consideração os resultados de um estudo de vacinação pós-registro —que está sendo feito com 40 mil pessoas em território russo.

Segundo o fundo, o acordo prevê ainda a distribuição, no futuro, da vacina em todo o território brasileiro. Além da Bahia, a empresa está em negociação com o Paraná.

Um acordo com o México já foi firmado e pretende fornecer 32 milhões de doses (equivalente a 25% da população) da vacina russa. O embarque de vacinas para o México está previsto para começar em novembro também, sujeito à aprovação das agências reguladoras do governo mexicano.

Estudo sobre a vacina

O primeiro estudo sobre a vacina russa foi publicado no dia 4 de setembro pela revista científica Lancet. A pesquisa, feita com dois grupos de 38 pessoas, aponta que o imunizante não causa efeitos adversos graves e é capaz de induzir a resposta imune (produção de anticorpos) no organismo dos voluntários.

"Isso faz dela uma vacina promissora, mas por enquanto, não podemos liberar para o mercado. Faltam dados condizentes com as fases 2 e 3", explica Natalia Pasternak, doutora em microbiologia pela USP e presidente do IQC (Instituto Questão de Ciência)".

Em coletiva de imprensa, os próprios pesquisadores disseram que a pesquisa tem limitações e que são necessários mais testes para a comprovação de sua eficácia.

Dois adenovírus

A Sputnik V usa dois vetores de adenovírus —tipo 26 (rAd26-S) e tipo 5 (rAd5-S)—, que funcionam como um "veículo de lançamento" do coronavírus no organismo humano.

"Essa é a principal diferença em comparação com algumas outras candidatas, como a vacina de Oxford, que usa um adenovírus. A estratégia, chamada de heteróloga, tem a vantagem de contribuir para uma resposta imune mais efetiva. Com as duas doses, você impede que a resposta imune seja modulada apenas contra o vetor (o adenovírus), e, ao mesmo tempo, estimula a resposta que nós queremos —contra a proteína S do Sars-Cov-2", indica Pasternak.

A estratégia combinada, além de demonstrar segurança inicial, indica níveis positivos de imunização. "Foi apresentada boa resposta nos níveis de linfócitos T, e a produção de anticorpos induzida pela vacina foi sutilmente maior do que aquela geralmente apresentado em pessoas que se recuperaram da doença", aponta a especialista.