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Vacina da Covaxx será testada no Brasil; recrutamento começa ainda em 2020

Fiona Goodall/ Getty Images
Imagem: Fiona Goodall/ Getty Images

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo

09/09/2020 12h56

Em entrevista à imprensa realizada hoje (9), a empresa Covaxx, uma unidade da United Biomedical, anunciou a intenção de testar sua candidata à vacina contra a covid-19 no Brasil —o estudo ainda está em fase inicial e não tem, até o momento, permissão para iniciar avaliação em território brasileiro.

Em qual estágio está a pesquisa?

Atualmente, a vacina ainda está na fase 1 do estudo, na qual estão incluídos 60 voluntários em Taiwan. Neste primeiro estágio, o imunizante será administrado em duas doses, com uma diferença de 28 dias entre cada aplicação. De acordo com os responsáveis pela pesquisa, os resultados estarão disponíveis em revistas científicas em novembro de 2020.

Em seguida, com os resultados, a empresa solicitará a autorização para o início dos testes de fase 2 e 3, e pretendem realizar parte dos experimentos no Brasil, com a expectativa de recrutar voluntários em dezembro.

Aqui, o estudo será conduzido pelo grupo Dasa, que doará R$ 15 milhões para a pesquisa, com, no mínimo, 3.000 voluntários distribuídos em centros de pesquisa do país, que serão escolhidos de acordo com as regiões com maior incidência da doença.

O objetivo inicial é que a fase mais avançada da pesquisa dure 12 meses, mas a empresa afirmou que podem expandir o prazo para até 24 meses para seguir os padrões de certificação de segurança e eficácia.

Qual é a tecnologia usada?

A vacina da Covaxx é baseada em peptídeos e projetada para disparar resposta celular, responsável por uma imunidade mais duradoura, e de anticorpos ao mesmo tempo, estimulando o organismo a produzir alta reação imunológica.

"Dependendo das respostas dos estudos clínicos de fases 2 e 3, a vacina poderá ser aplicada em dose única", explica Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.

Por ser 100% sintética e não fazer uso de vírus em sua fabricação, a UB-612, nome com o qual a vacina foi batizada, tem baixo risco biológico e não requer tempo para cultivo de vírus, o que garante alta escalabilidade.

A Covaxx também estima a produção de 100 milhões de doses no primeiro quadrimestre de 2021 e 500 milhões em 2021. "Garantimos 10 milhões de doses para Dasa e Mafra para distribuição ao mercado privado brasileiro, após aprovação dos órgãos reguladores. Destinaremos, ainda, outras 50 milhões de doses para o mercado público do país", conta a médica Mei Mei Hu, co-fundadora e co-CEO da Covaxx.

Mei Mei acrescenta que os resultados dos ensaios pré-clínicos, com animais, demonstraram alto grau de imunogenicidade (mais relevantes que de outras vacinas ou do plasma de infectados) e neutralização contra vírus vivos em comparação com os dados publicados de outras vacinas até o momento.