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Médicos americanos pedem mais ultrassons de tireoide do que o recomendado

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

16/08/2020 11h27

Doenças de tireoide são problemas que aparecem bastante no imaginário popular: é comum ver pessoas atribuírem um emagrecimento exagerado ou a dificuldade extrema de perder peso a um problema na glândula. No entanto, nem sempre isso se confirma.

O problema é quando o cuidado excessivo com a tireoide leva ao aumento de diagnósticos de um problema de saúde mais grave, como o câncer de tireoide. Um estudo publicado na revista científica JAMA Surgery mostrou que um terço dos médicos entrevistados pediam ultrassom de tireoide —exame comum para diagnosticar esse problemas — em situações não indicadas nas diretrizes de cuidados clínicos.

Como o estudo foi feito

  • Os cientistas entrevistaram 610 médicos, incluindo clínicos gerais, endocrinologistas, otorrinolaringologistas e cirurgiões gerais;
  • Quase 70% relatou estar cientes das diretrizes da Associação Norte-Americana de Tireoide de 2015;
  • Por mais que a maioria dos entrevistados tenham reportado pedir ultrassom de tireoide em situações indicadas por essas diretrizes, como presença de nódulos palpáveis (98,2%), bócio grande (91,8%), nódulo visto em outro exame de imagem (88,1%) e rouquidão de início recente (65,8%), uma quantidade substancial de médicos reportaram também pedir o exame quando o paciente pedia (32,7%), por resultados anormais em testes da função da tireoide (28%) ou para teste positivo para anticorpo de tireoide (22,5%), que são situações não apoiadas nas diretrizes oficiais.

Por que isso é importante?

O uso rotineiro de ultrassom para detectar nódulos cancerígenos da tireoide levou a um aumento significativo nos casos de câncer de tireoide nos últimos anos, embora muitos sejam de baixo risco e provavelmente não causem danos graves.

"Podemos mudar o comportamento e ajudar os médicos a usar o ultrassom da tireoide de forma mais adequada, o que reduzirá a incidência de câncer de tireoide de baixo risco", disse a autora sênior do estudo, Megan R. Haymart, professora de medicina interna na Michigan Medicine em entrevista ao site da Universidade de Michigan.