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Pfizer conversa com governo brasileiro para trazer vacina ainda em 2020

Testes clínicos estão na terceira e penúltima fase do desenvolvimento da vacina - Miguel Noronha/Futura Press/Estadão Conteúdo
Testes clínicos estão na terceira e penúltima fase do desenvolvimento da vacina Imagem: Miguel Noronha/Futura Press/Estadão Conteúdo

De Viva Bem, em São Paulo

15/07/2020 12h13

A gigante farmacêutica Pfizer, que desenvolve uma das candidatas à vacina para covid-19, disse que a multinacional negocia com o governo brasileiro para trazer a imunização ao país ainda este ano. Em entrevista à "Veja", o CEO da companhia no Brasil, Carlos Murillo, afirmou que a ideia é que as doses cheguem ao país assim que estiverem disponíveis e forem consideradas seguras.

"Estamos conversando com os governos pelo mundo e com o governo brasileiro especificamente para informar como está avançando a nossa vacina, a capacidade de produção que temos, e começar as discussões de alocações por países", disse ele.

"Dependerá realmente da prevalência, da urgência, da necessidade que cada país terá versus outros. E, da mesma forma, também dependerá das diferentes opções que tenham caminhado bem ao mesmo tempo para poder tomar as decisões sobre qual é o grupo de pacientes que mais precisa da dose de vacina assim que ela esteja disponível. Nós estamos conversando com o governo do Brasil para assegurar que uma parte dessas 100 milhões de doses também chegue aos pacientes daqui ainda este ano", afirmou Murillo.

Atualmente, a companhia testa simultaneamente quatro vacinas contra o coronavírus em parceria com o laboratório alemão BioNTech. A empresa afirma ter capacidade de produzir 100 milhões de doses ainda em 2020 e estima fabricar 1,2 bilhão de doses ano que vem.

Os testes clínicos estão na terceira e penúltima fase do desenvolvimento da vacina. A ideia é trabalhar com o governo brasileiro para que os testes clínicos também aconteçam no país.

"A companhia está focando em produzir essas doses iniciais em três plantas nossas, nos EUA, e em duas unidades da BioNTech, pois essas operações já estavam mais preparadas para receber essa nova tecnologia. Para as próximas etapas, nós estamos iniciando as conversas para desenvolver algumas soluções na nossa fábrica no Brasil, trazendo parte dessa nova tecnologia para cá. A vantagem é que o Brasil tem uma boa estrutura para produzir as vacinas nos moldes tradicionais. Temos conversado com o governo para irmos etapa por etapa, mas esse é um processo que demanda mais tempo", disse.

De acordo com o Murillo, apenas os testes da fase 3 vão demonstrar se a imunidade da vacina seria vitalícia ou temporária.

"Isso é o que está se avaliando. Acho que nenhuma das vacinas que estão sendo desenvolvidas tem prazo vitalício. Os testes da Fase 3, que nós estamos iniciando, vão nos permitir avaliar isso. Não sei se alguém teria essa resposta hoje", comentou.