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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Saiba como diferenciar e reconhecer ansiedade, fobia e ataques de pânico

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Imagem: Istock

Simone Cunha

Colaboração para o VivaBem

16/03/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Cada um deles, podem ter sintomas e tratamentos específicos
  • O Transtorno de ansiedade generalizada é uma preocupação excessiva com diferentes eventos ou atividades
  • Na fobia há uma circunstância específica que provoca medo intenso e racional
  • O ataque de pânico vem de forma súbita, atingindo o pico em no máximo 10 minutos

Os transtornos ansiosos têm sido assunto recorrente, afinal de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira convive com a ansiedade. No entanto, no universo psiquiátrico, tais transtornos não estão num caldeirão único. Cada um deles, podem ter sintomas e tratamentos específicos, por isso é importante contar com uma avaliação médica especializada e acompanhamento adequado em busca de qualidade de vida.

Às vezes, fica difícil entender que mal-estar é esse que provoca medo, palpitações, suores, tensão muscular e aquela sensação de urgência como se algo ruim pudesse acontecer a qualquer momento. Por isso, explicamos três tipos diferentes considerados os principais na lista de transtornos ansiosos. "Nos três, o elemento central é a ansiedade, mas que se apresenta de maneiras diferentes em cada um deles", explica Fernando Fernandes, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (IPq-HCSP).

Transtorno de Ansiedade Generalizada

É uma ansiedade excessiva com diferentes eventos ou atividades, ou seja, pode afetar a vida social, acadêmica, profissional, amorosa, entre outras. "A pessoa não consegue controlar a preocupação, se sente inquieta ou com a sensação de estar sempre com os nervos à flor da pele", explica Eduardo Tancredi Pinheiro, graduado em Psiquiatria pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE/SP) e sócio da eCare Group.

Segundo Fernandes, inquietação, tensão interior, cansaço, falta de concentração, tensão muscular, irritabilidade e alterações do sono são alguns dos sintomas presentes. No entanto, o paciente deve apresentar tais sintomas ao longo de seis meses, causando prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

O tratamento normalmente alia psicoterapia e uso de medicamentos, principalmente os ansiolíticos. No entanto, essa escolha vai depender muito das características de cada paciente, por isso um psiquiatra deve ser procurado.

Fobias

"Enquanto no transtorno de ansiedade generalizada, a pessoa pode reagir a qualquer fato considerando-o ameaçador, na fobia há um desencadeante nítido, uma circunstância específica que provoca medo intenso e racional", diz Fernandes. E daí, surge a ansiedade intensa para se esquivar do objeto que provoca a fobia ou suportá-lo, causando sofrimento. No entanto, os sintomas são desproporcionais em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica.

Por isso, a fobia pode causar um ataque de pânico. Neste caso, o tratamento terapêutico que consiste em expor o fóbico sistematicamente (de maneira progressiva e controlada) ao objeto temido pode ser bastante indicado e eficiente.

Ataque de pânico

O ataque de pânico se caracteriza por um surto abrupto de medo ou desconforto intenso. "O pânico vem de forma súbita, sem um desencadeante como acontece na fobia, atingindo o pico em no máximo 10 minutos", detalha Jemima Curci Da Silva, médica psiquiatria do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Os sintomas são físicos e psíquicos em que o paciente pode sentir medo de morrer, além de palpitações, sudorese, dificuldade para respirar, calafrios ou ondas de calor, desconforto gástrico, sensação de tontura. "Se começar a ser recorrente e prejudicar a vida da pessoa, o ataque de pânico pode se transformar em um transtorno de pânico", alerta Fernandes.

Por isso, é importante diferenciar cada um para estabelecer uma estratégia de tratamento mais correta. Para Silva, a combinação entre medicamentos e psicoterapia costuma ser mais efetivos para o tratamento dos transtornos ansiosos e nem sempre é o psiquiatra que fará esse diagnóstico. Um clínico geral pode identificar o problema e realizar o procedimento correto. Mas é importante buscar ajuda para viver de maneira melhor e mais tranquila.