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Estudo associa consumo de frutas e legumes com menor risco de Alzheimer

Alzheimer é o tipo de demência mais comum - iStock
Alzheimer é o tipo de demência mais comum Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

05/02/2020 16h11

Uma pesquisa revelou que a ingestão do antioxidante flavonol, encontrado em frutas, legumes, flores e raízes, está relacionada a um menor risco de desenvolver Alzheimer. Mas antes que se conclua uma relação direta de causa e efeito, é importante ressaltar que o estudo, publicado no periódico Neurology no dia 29 de janeiro, apenas mostrou uma associação.

O problema da pesquisa é que ela revelou que as pessoas que consumiam mais flavonóis —e portanto tinham menos chances de ter demência — apresentaram maiores níveis de escolaridade e maior participação em atividades físicas e cognitivas.

Já é sabido que manter a mente ativa é a melhor forma de se prevenir das doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. "O maior inimigo do cérebro ativo é a acomodação", disse Pedro Calabrez*, professor e pesquisador de neurociências da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). E para manter o cérebro funcional, é preciso aprender coisas novas. "A palavra cruzada é legal no começo, mas depois que você aprende e se adapta, deve focar em aprender algo novo", diz ele.

Para os autores do estudo atual, entretanto, a relação do desenvolvimento da demência com o consumo de antioxidantes merece maior atenção. "São necessárias mais pesquisas para confirmar os resultados, mas eles são promissores", disse Thomas M. Holland, da Rush University. "Com o aumento da população idosa em todo o mundo, qualquer diminuição no número de pessoas com essa doença devastadora ou até atrasá-la por alguns anos poderia ter um enorme benefício para a saúde pública."

Alzheimer - iStock - iStock
Segundo estudo, pessoas que comiam altas doses de flavonóis tinham 48% menos probabilidade de desenvolver Alzheimer
Imagem: iStock

Como o estudo foi feito

  • A pesquisa foi feita com 921 pessoas com idade média de 81 anos, sendo a maioria (75%) do sexo feminino. No início do estudo, nenhum dos participantes tinha Alzheimer.
  • Durante seis anos as pessoas preenchiam um questionário anual sobre quantas vezes comiam certos alimentos. Elas também foram questionadas sobre outros fatores, como o nível de escolaridade, quanto tempo passaram praticando atividades físicas e quanto tempo passaram realizando atividades de envolvimento mental, como ler e jogar.
  • As pessoas foram divididas em cinco grupos com base na quantidade de flavonol em sua dieta. A quantidade média de ingestão nos EUA é de cerca de 16 a 20 miligramas por dia. No estudo, o grupo de consumo mais baixo ingeria de cerca de 5,3 mg por dia e o mais alto consumiu uma média de 15,3 mg por dia.
  • Ao final do estudo, 220 pessoas desenvolveram Alzheimer. Mas as pessoas do grupo de consumo mais alto de flavonóis tiveram 48% menos probabilidade de desenvolver Alzheimer do que as pessoas do grupo mais baixo, após o ajuste para predisposição genética e fatores demográficos e de estilo de vida. Das 186 pessoas no grupo mais alto, 28 pessoas, ou 15%, desenvolveram Alzheimer, em comparação com 54 pessoas, ou 30%, das 182 pessoas no grupo mais baixo.

Chá - iStock - iStock
Os flavonóis são encontrados em peras, azeite, vinho, tomate, couve, feijão, chá, espinafre, brócolis, laranja e maçã
Imagem: iStock

Dieta recomendada para Alzheimer?

Apesar de não haver provas concretas sobre a relação direta da prevenção do Alzheimer com o consumo de antioxidantes, outros estudos também já sugeriram que uma alimentação adequada é essencial para a saúde mental.

Em 2006, por exemplo, uma pesquisa feita pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, analisou 2,2 mil pessoas por quatro anos e descobriu que a dieta mediterrânea pode reduzir os riscos de Alzheimer em até 40%.

Esse tipo de dieta é rica em peixes, azeite, amêndoas, grãos integrais, nozes, tomate e espinafre. Ela ajuda prevenir ou retardar a doença, porque os alimentos presentes nesse plano alimentar contêm ômega-3, que atua no cérebro, melhorando a concentração, a memória, o aprendizado, a motivação, o humor e a velocidade de reação. Além de vitaminas, sais minerais e substâncias antioxidantes, que protegem as células sadias do organismo da ação oxidante dos radicais livres (moléculas responsáveis pelo envelhecimento).

Outra pesquisa realizada em 2016 por pesquisadores da Universidade Rush, nos Estados Unidos, comprovou que a dieta MIND também pode reduzir o risco de a pessoa desenvolver Alzheimer. Esse plano alimentar prioriza o consumo diário de vegetais, nozes, feijões, peixes, aves, grãos integrais e azeite. A recomendação é evitar carnes vermelhas, manteiga, margarina, queijos, doces, frituras e fast-food. Segundo os cientistas, que observaram 900 pessoas por cinco anos, os seguidores da dieta MIND têm 53% menos chances de desenvolver Alzheimer e ainda foram avaliadas cognitivamente como se fossem 7,5 anos mais jovens.

É importante ressaltar que não é apenas a dieta que vai prevenir ou retardar a doença. Praticar exercício físico, ler, evitar o tabagismo e o excesso de álcool também postergam o aparecimento da demência. O ideal é deixar o cérebro ativo, de todas as formas possíveis.

*Com informações de matérias publicadas nos dias 18/10/2017 e 01/05/2018.

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