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Meu filho tem Transtorno Explosivo Intermitente. Como tratar?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

26/11/2019 04h00

Para tratar o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), é indicada a terapia cognitivo-comportamental associada ao uso de medicamentos, além de conversas com familiares. A terapia irá ensinar o paciente a se posicionar e a controlar a ansiedade e a agressividade. Além disso, pode ajudar o indivíduo com recursos que possibilitem desenvolver estratégias para resistir e gerenciar seus impulsos hostis. Entre os remédios, os mais utilizados são os antidepressivos. Dessa forma, seus comportamentos serão mais adaptativos ao convívio social, melhorando seu humor e sua qualidade de vida.

Existem também outras medidas que são auxiliares, como técnicas de respiração e relaxamento, práticas de esportes que podem auxiliar na liberação da serotonina e endorfina, atividades que tragam prazer para a pessoa e que possam canalizar a raiva. É importante ressaltar que o tratamento é individualizado, sendo necessária uma avaliação médica criteriosa para adotar a melhor conduta. A identificação do quadro clínico, a avaliação inicial e a abordagem familiar poderão ser realizadas pelo médico responsável pelo cuidado do paciente, juntamente com o psiquiatra e o psicólogo.

O TEI é caracterizado como um transtorno psiquiátrico em que o indivíduo não tem controle de gerenciar seus impulsos agressivos. Ou seja, a pessoa tem, de modo repentino (3 a 4 vezes por semana, em um período de três meses), ataques de fúria completamente desproporcionais, como agressões verbais e físicas, que não são justificadas pelo gatilho que levou a esse comportamento. É normal e comum que a pessoa se arrependa e sinta culpa depois da "explosão", mas esse descontrole é algo mais forte do que ela.

O Transtorno Explosivo Intermitente, geralmente, tem início na infância e na adolescência. Porém, é preciso realizar um diagnóstico correto, pois outros problemas também podem levar a comportamentos agressivos, como transtorno de conduta, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), birras, estresse, depressão, entre outros. Há grupos de maior risco, como famílias mais instáveis (com explosões e brigas mais frequentes), em que há outros membros com a mesma condição, até mesmo por herança genética. O tratamento é de extrema importância para controlar esses impulsos hostis. Dessa forma, eles aprendem a dominar as explosões, e assim, conseguem ter uma vida com mais qualidade.

Fontes: Deborah Moss, neuropsicóloga e mestre em psicologia do desenvolvimento pela USP (Universidade de São Paulo), Liliana Seger, especialista em TEI (Transtorno Explosivo Intermitente) e coordenadora do PRO-AMITI (Programa para o Transtorno Explosivo Intermitente do Ambulatório dos Transtornos do Impulso) do IPq HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e Manoela Salgado, psiquiatra do Programa de Saúde Mental da Amil Internacional S.A.

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