Pessoas que não sabem ler ou escrever têm maior risco de demência
Um estudo revelou que pessoas analfabetas têm de duas a três vezes mais chances de desenvolver demência, em comparação com aquelas que sabem ler e escrever. Os resultados foram publicados no periódico Neurology, na quarta-feira (13).
Apesar da melhoria do acesso às escolas, ainda existem em todo planeta 750 milhões de jovens e adultos no mundo que não sabem ler nem escrever. A taxa do chamado "analfabetismo absoluto" no Brasil, por exemplo, é de 6,8%. Segundo o IBGE, no grupo etário 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo das pessoas de cor branca alcança 10,3% e, entre as pessoas pretas ou pardas, amplia-se para 27,5%.
"Nosso novo estudo fornece mais evidências de que a leitura e a escrita podem ser fatores importantes para ajudar a manter um cérebro saudável", diz a principal autora da pesquisa, Jennifer J. Manly, da Universidade de Columbia (EUA).
Como o estudo foi feito
- Os cientistas reuniram 983 pessoas e pediram para que elas respondessem à pergunta "Você já aprendeu a ler ou escrever?". Os participantes foram separados em grupos de acordo com a resposta: 237 eram analfabetos e 746 eram alfabetizados.
A maioria nasceu e cresceu em áreas rurais da República Dominicana, onde o acesso à educação era limitado. Em média, eles tinham 77 anos e frequentaram a escola por, no máximo, quatro anos.
Os participantes fizeram exames médicos e testes de memória e raciocínio no início do estudo e a cada 18 meses ou dois anos, por uma média de quatro anos.
No início do estudo, 35% das pessoas que não sabiam ler ou escrever já tinham demência. Por outro lado, 18% dos participantes alfabetizados apresentavam a doença. No final do estudo, 48% dos analfabetos haviam desenvolvido demência, enquanto 27% do outro outro desenvolveram a condição.
Ler e escrever pode prevenir demência
Os autores do estudo descobriram que a alfabetização estava ligada a pontuações mais altas nos testes de memória e pensamento em geral, não apenas nas pontuações de leitura e idioma. "Esses resultados sugerem que a leitura pode ajudar a fortalecer o cérebro de várias maneiras que podem ajudar a prevenir ou retardar o aparecimento de demência", diz Manly.
A explicação seria porque essas atividades promovem uma espécie de reserva cognitiva, que melhora a capacidade do cérebro de encontrar soluções alternativas para os problemas. Isso, segundo os pesquisadores, compensaria os sintomas da doença de Alzheimer, por exemplo.
Podcasts do UOL
Ouça o podcast Maratona, em que especialistas e corredores falam sobre corrida. Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.