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Substâncias presentes em plásticos têm relação com obesidade infantil

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Imagem: iStock

Do UOL VivaBem

28/07/2019 04h00

A exposição a substâncias químicas presentes em plásticos e alimentos enlatados pode desempenhar um papel na obesidade infantil, de acordo com um estudo publicado no periódico Journal of the Endocrine Society na quinta-feira (25).

Segundo os cientistas, o bisfenol S (BPS) e o bisfenol F (BPF) são produtos químicos usados em certos tipos de plástico, no revestimento de latas de alimentos e bebidas e no papel térmico onde é impresso o cupom fiscal.

Esses produtos químicos têm sido usados como um substituto para o bisfenol A (BPA), uma substância que provoca um desequilíbrio no corpo humano, podendo induzir ou inibir a produção de hormônios no organismo e por isso é relacionado a problemas como obesidade, diabetes e infertilidade.

"Em um estudo anterior, descobrimos que o BPA estava associado a uma maior prevalência de obesidade em crianças americanas, e este estudo encontrou a mesma tendência entre essas versões mais novas do químico", disse Melanie Jacobson, uma das autoras do estudo. "Isso mostra que ter substituído o bisfenol A pelo S e F não diminuiu os danos que a exposição química tem à nossa saúde".

Como o estudo foi feito

  • Os pesquisadores usaram dados das Pesquisas Nacionais de Saúde e Nutrição dos EUA para avaliar associações entre BPA, BPS e BPF e resultados de massa corporal entre crianças e adolescentes com idade entre 6 e 19 anos.
  • Os resultados mostraram que crianças que tinham níveis mais elevados de BPS e BPF na urina eram mais propensas a ter obesidade em comparação com crianças com níveis mais baixos.

E no Brasil?

Desde o dia 1º de janeiro de 2012, a venda de mamadeiras ou outros utensílios para bebês que contenham BPA está proibida. A determinação foi da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Quatro anos antes, União Europeia, Canadá e Estado Unidos já haviam feito o mesmo. Por conta disso, a indústria química começou a promover produtos do tipo "BPA Free", ou livres de BPA.

O problema é que, segundo Bruno Alves Rocha, pesquisador do departamento de análises clínicas e toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo), estudos recentes demonstraram que a maioria dos substitutos utilizados pela indústria (Bisfenol AF, Bisfenol F, Bisfenol S, Bisfenol B, Dimetilbisfenol A, Tetrabromobisfenol A) tem efeito comparável ao do Bisfenol A, ou até pior no quesito toxicidade. E muitos dos produtos 'free' também possuem a substância em sua composição"

No entanto, para as demais aplicações além da mamadeira, o BPA ainda é permitido no Brasil, "mas a legislação estabelece limite máximo de migração específica desta substância para o alimento, que foi definido com base nos resultados de estudos toxicológicos", segundo o site da Anvisa.

Informações de matéria do dia 27/07/2018.