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Continua em home office? Veja 7 motivos para se movimentar mais
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Há praticamente 2 anos trabalhando em home office, muitas pessoas tiveram de se reinventar e mudar completamente a rotina. Uma parte se adaptou bem ao trabalho em casa, já outra ainda sente falta do escritório. Mas o fato é que estar no mesmo ambiente em que se vive, descansa e trabalha exige gestão do tempo e de responsabilidades. Ainda avaliando fatores externos, a falta de estrutura adequada reduz o conforto do trabalho de casa.
Nesse contexto, a organização do ambiente é o primeiro passo para se garantir a saúde física e mental. Por exemplo, um ambiente bagunçado ou com uma temperatura desconfortável gera barreiras para o conforto físico e mental.
E organização do ambiente não é só arrumar a sua mesa. Também faz parte disso mudanças ergonômicas, ajustar a altura da tela, uso de mouse, pausas para caminhar e o uso de uma cadeira confortável e com apoio, para reduzir dores e lesões por movimentos repetitivos ou alterações posturais.
A postura em que você permanece a maior parte do dia influencia de forma direta as contraturas e tensões do corpo, bem como predispõem a vícios posturais, como a típica postura de quem está cansado e desanimado, com ombros tensos e caídos para frente.
Antes mesmo da pandemia, os estudos já apontavam que o ser humano passa cerca de um terço da vida sentado —e em home office passamos a ficar mais tempo na cadeira, já que deixamos fazer pequenos deslocamentos comuns do dia a dia, como caminhar para ir e voltar do escritório, ir almoçar, falar com um colega etc.
O longo tempo sentado e em frente às telas agrava a ocorrência de dores na coluna, principalmente na população que já tem outros comportamentos sedentários. Há estudos que mostram que a falta de movimentação e flexibilidade gera compensações e sobrecarga na coluna lombar e quadril, piorando a ocorrência de dores e problemas posturais.
A junção do sedentarismo a uma série de fatores, como estresse e fadiga mental ou emocional, pode agravar quadros de dores, sendo comum queixas de dores de cabeça tensional e dores lombares. Quem sente dores não dorme bem, não se relaciona nem trabalha bem, criando um ciclo de mais tensão, dor e queda de qualidade de vida.
O excesso de informações, a ansiedade e até a falta de relacionamentos interpessoais sobrecarregam a saúde mental e, novamente, mais um ciclo de tensão e estresse se somatiza ao corpo. Não à toa, durante a pandemia exacerbada pelas condições de trabalho precárias impostas em home office mal adaptados e fruto de comportamentos sedentários, foi observado um aumento significativo de procura por tratamento fisioterapêutico e psicológico.
Para incentivar você a investir em saúde, trago 7 motivos científicos para se movimentar mais ainda hoje e ganhar equilíbrio físico e mental em home office:
Exercício libera o quarteto da felicidade (endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina), alterando diretamente o estado psicológico. Em resumo, a endorfina é responsável pela redução do nível de dor e melhora da sensação de euforia. A serotonina melhora o estado de humor e aumenta a percepção de prazer. A dopamina também atua na sensação de prazer, através do mecanismo de recompensa, ou seja, realizando atividade física há informações cerebrais de prazer e bem-estar. E, por último, a ocitocina que é comumente conhecida como hormônio do amor. Ela modula o estresse, reduzindo níveis de cortisol, e também de pressão arterial.
Exercício ajuda a controlar o triglicérides, a pressão arterial e a glicemia. Pesquisas revelam que pessoas fisicamente ativas apresentam menor índice de infarto agudo do miocárdio, obesidade, diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas que estão entre as causas de morte mais comuns.
Exercício turbina o sistema imunológico, permitindo a liberação de mais substâncias anti-inflamatórias do que pró-inflamatórias (ocorre o movimento oposto em situações de estresse crônico!).
Exercício melhora a qualidade do sono! Pesquisas apontam que a atividade física regula a temperatura corporal e isso facilita o início do sono! Para se ter ideia, 73% das pessoas que sofrem de insônia são sedentárias. Falta de energia e excesso de sono também é prevalente em sedentários (71%).
Exercício melhora a qualidade de vida ao longo do tempo: encarar o treino como investimento não opcional é a chave para ter um envelhecimento mais saudável. Ser ativo garante melhor equilíbrio e manutenção de força muscular, preditivos de um envelhecimento mais ativo.
Exercício melhora a consciência corporal e consequentemente a postura, reduzindo índices de dores ortopédicas. Além disso, ao realizar atividade física há lubrificação das articulações —o que também diminui desconfortos no corpo. Dependendo da intensidade, o exercício ainda é eficaz em reduzir o nível de tensão muscular e, consequentemente, a incidência de dores crônicas!
Exercício promove interação social e cria uma relação de confiança com o profissional de saúde: ser orientado por um profissional de educação física e fisioterapeuta que compreendem a necessidade terapêutica do toque e do acolhimento pode te beneficiar além do que imagina em relação ao seu treino! Está comprovado cientificamente que a atenção terapêutica reduz sintomas psicológicos como estresse, depressão, ansiedade e consequentemente reduz a tensão corporal como um todo!
Lembre-se que o corpo humano não foi feito para ficar parado e nem permanecer sentado por tantas horas, também não foi feito para sentir dores e não é normal ter desconforto.
As dores físicas e psicológicas nunca devem ser ignoradas. Quando há dor, o corpo está sinalizando e gritando por ajuda. Caso você esteja com sintomas, procure um profissional de saúde para mais orientações em seu caso. Os resultados são sempre mais promissores quando o tratamento se inicia de forma precoce e se possível, acompanhado por diferentes profissionais de saúde como psicólogos, fisioterapeutas, médicos, etc.
Referências:
Associations of moderate to vigorous physical activity and sedentary behavior with depressive and anxiety symptoms in self-isolating people during the COVID-19 pandemic: A cross-sectional survey in Brazil. Schucha FB, Bulzinga RA, Meyer J, et al., Psychiatry Res, 2020, 292:113339
Is physical activity associated with less depression and anxiety during the Covid-19 pandemic? A rapid systematic review. Wolf S, Seiffer B, Zeibig JM, et al., Sport Med, 2021, 51(8):1771-83
Educação em saúde: não pare! Exercício físico em tempos de pandemia, um relato de experiência. Dantas DN, Avelino MLB, Wichi RB et al., Brazilian Jour Develop, 2021, 7(2):12607-22.
Benefícios da atividade física e do exercício físico na depressão. Costa RA, Soares HLR, Teixeira JAC. Rev Dep Psicol, 2007, 19(1):269-76
Controle reflexo da pressão arterial: qual o papel da ocitocina como neurotransmissor autonômico? Melo VU, Oliveira LR, Saldanha RRM, et al. Rev Cienc Med Biol, 2016, 15(1):47-51
O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Mello MT, Boscollo RA, Esteves AM et al., Rev Bras Med Esporte, 2005, 11(3):203-7
A importância do exercício físico aeróbio no controle da ansiedade. Souza YVL. Monografia da Puc Goias. Encontrada no link https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/handle/123456789/435
Influência do exercício físico na cognição: uma atualização sobre mecanismos fisiológicos. Filho CAAM, Alves CRR, Sepulveda CA. Rev Bras Med Esporte, 2014, 20(3):237-41
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