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Adeus, tabu! Você, mulher, conhece bem todos os órgãos genitais femininos?
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A infinidade de nomes utilizados para falar dos genitais femininos é notória, mas observando alguns deles é possível perceber quantos são infantis ou estão no diminutivo trazendo para muitas mulheres uma ideia de fragilidade, que em algum momento pode se transformar em um bloqueio.
Além de criarem a ideia de que a sexualidade feminina está focada em um único órgão sensível e frágil que, por muitas, é desconhecido por toda a vida sem a oportunidade de diferenciar vulva e vagina.
Pode parecer clichê, mas antes de pensar em um distúrbio ou em uma falta de desejo sexual é necessário conhecer o próprio corpo e as regiões que compõe os genitais femininos, dar nomes diferentes para as estruturas que são diferentes, sem aquela divisão entre mama e vagina, como se fossem os únicos envolvidos na sexualidade.
Vou falar de alguns dos órgãos e explicar alguns conceitos:
A vagina é um órgão em formato de tubo que se conecta ao útero, por onde sai o sangue menstrual, pode ser penetrada e produz secreção lubrificante.
A vulva é a genitália externa feminina e contém o monte de Vênus (região dos pelos pubianos), lábios internos e externos (também chamados de lábios maiores e menores), glândulas genitais e clitóris.
Sabendo disso é possível notar que algumas pessoas se referem a vulva nomeando de vagina por engano ou desconhecimento.
O clitóris é um órgão erétil cheio de terminações nervosas que pode aumentar de tamanho sob estímulo sexual. Todas essas terminações nervosas podem ser a ponte para saber porque algumas pessoas chegam ao orgasmo mais facilmente ao receber estimulação lá. Além de ser um lugar de exploração para o próprio prazer ou para guiar a parceria sexual, se for o desejo de ambos.
Dando base para a pelve temos o períneo, que é composto por músculos, ligamentos e tecidos de cobertura, ele é responsável por sustentar os órgãos pélvicos e abdominais.
Conhecendo as estruturas é possível entender algumas questões que permeiam a sexualidade feminina como o conceito que temos do hímen.
Para muitas pessoas, o hímen é como um selo de virgindade e vedação, algo que marca o início da sexualidade ainda que o corpo já tenha conhecido outro corpo intimamente. Para quem vê o hímen desta forma, a penetração vaginal parece o único ponto a ser levado em conta quando o assunto é sexualidade.
Mas talvez pensar no hímen como ele é anatomicamente, uma membrana permeável e que na maioria da população possibilita a passagem do sangue mensalmente, pode ser uma ponte para buscar mais conhecimentos sobre a sexualidade.
Esse conhecimento com tantos tabus e receios ainda possui muita resistência, mas já observamos mudanças e muitas pessoas empenhadas em trazer informações de maneira clara e acessível.
Uma delas é a fisioterapeuta pélvica Claudia Milan do @sosperineo, que fala sobre saúde intima e sexualidade de forma descontraída no Instagram. Segundo ela: "Existe a necessidade de fazer a informação chegar ao público, com uma interface que desperte nas pessoas o desejo de consumir aquele conteúdo sobre saúde íntima".
Cláudia também conta que "no geral, as pessoas recebem as informações favoravelmente e muitas ficam surpresas com o 'mundo de possibilidades' que mostro, trazendo dúvidas a respeito do que seria 'normal', mas sempre ensino que o diálogo precisa ser o foco! Falar sobre sexo é muito mais proveitoso do que ignorar sua existência."
Mesmo com diversos canais informativos algumas pessoas ainda iniciam a vida sexual se inspirando em relatos de conhecidos ou filmes pornô, mas conhecer o próprio corpo e entender que, assim como os outros filmes são ficção, o pornô também é e muitas vezes retrata um prazer que para você poderá não ser prazeroso.
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