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Larissa Cassiano

Climatério e menopausa: período não precisa ser de sofrimento para a mulher

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

01/09/2020 04h00

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Embora utilizemos como sinônimos, o climatério é o período em que as mudanças na vida reprodutiva da mulher ocorrem, isso inclui a fase em que os hormônios estrogênio e progesterona, produzidos pelos ovários, vão diminuindo até se estabilizarem, um período muito antes da menopausa.

Já a menopausa é um marco específico deste período, assim como a menarca que marca o início da menstruação, a menopausa ocorre quando a mulher permanece por mais de um ano sem menstruar, por isso só conseguimos estabelecer o momento exato da menopausa um ano após ela ter ocorrido.

Não existe uma idade específica para determinar quando a menopausa deve ocorrer, só se considera alterado se for antes dos 40 ou após 55 anos. Nestes casos é importante investigar as causas da ocorrência.

Este é um processo totalmente natural na vida da mulher, porém algumas vão encontrar mais dificuldade de passar por essas transformações, mas é muito importante saber que o climatério não é uma doença, embora algumas mulheres tenham dificuldades para lidar com essas alterações.

Os sintomas mais frequentes são os vasomotores conhecidos como fogachos, ondas de calor e suor pelo rosto, pescoço e tórax que podem durar de alguns segundos a 30 minutos. Além de outros sintomas como secura vaginal, mudanças na pele, ansiedade, instabilidade emocional, dores pelo corpo, insônia, mudanças no desejo sexual e outras alterações que estão relacionadas a essa queda hormonal.

Quando a mulher inicia esses sintomas, a observação e o tratamento melhoram a qualidade de vida para a maioria delas, até que ela complete um ano sem menstruar, confirmando a menopausa, e avalie juntamente com seu médico quais medidas serão tomadas, se o tratamento será feito apenas para combater os sintomas ou com reposição hormonal.

A reposição hormonal é utilizada para reduzir os sintomas naturais da queda dos hormônios, ela ajuda a combater os fogachos, as alterações vaginais, e a perda de massa óssea que aumenta o risco de osteoporose, mas é importante saber que ela não é para todas, por exemplo: quem teve câncer de mama ou endométrio recente, alterações renais e hepáticas graves, trombose e sangramento vaginal em investigação, nestes casos a reposição hormonal não é recomendada.

Mas e quando não é possível realizar reposição hormonal ou quando a mulher opta por não utilizar hormônios, é possível contornar essa situação e suavizar os sintomas?

Sim, a primeira medida é buscar meios para reduzir o estresse, isso diminui os gatilhos para os sintomas mais frequentes do climatério. Outras medidas efetivas para auxiliar as mulheres neste período são a terapia cognitivo comportamental focada na redução dos fogachos e que apresentou resultados significativos nos trabalhos que avaliaram sua utilização.

A acupuntura e a hipnose ainda estão sendo estudadas, mas já possuem excelentes resultados durante o climatério. Mudanças na dieta e atividade física auxiliam na redução dos riscos cardiovasculares, melhoram o humor, diminuem os riscos de alteração óssea e as ondas de calor.

Para as pacientes que desejam tratamentos com medicações não hormonais existem os fitoterápicos incluindo produtos à base de soja, hipotensores, antidepressivos e anticonvulsivantes que auxiliam nos fogachos.

Hoje, com todas as possibilidades existentes, este período pode ser muito mais tranquilo, ajustado com as necessidades, sem traumas e, se a mulher desejar, sem utilizar hormônios.