Conheça Jean Liu, a chinesa que derrotou a americana Uber
A revista francesa "Le Point" desta semana traz um longo perfil da empresária chinesa Jean Liu.
O grupo Didi tem diferentes atividades, explica o texto. A mais importante delas é o transporte de pessoas, seja por meio de táxis, ônibus e bicicletas, além de um serviço de carros com chofer, do tipo Uber. Mas a empresa também atua na entrega de comida, possui postos de gasolina e oficinas mecânicas, e tem seu próprio sistema de seguros.
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Por traz desse emaranhado de atividades, está Jean Liu, ex-diretora para a Ásia do banco Goldman Sachs, que pilota o grupo com mão de ferro. “Ela representa essa geração com sede de sucesso, que cresceu ao mesmo tempo que o milagre econômico chinês e para quem tudo é possível. Basta querer”, afirma o texto.
Filha de Liu Chuanzhi, o fundador de Lenovo, líder mundial dos PCs, que entrou para a história ao comprar parte da IBM, Jean Liu começou sua carreira nos bancos em Nova York. Na época, ela queria ser reconhecida por seu talento, e não pelo fato de ter um pai famoso no mundo dos negócios, conta a reportagem. “Workaholic, a jovem chegou a trabalhar mais de 100 horas por semana quando começou”, só para mostrar que era capaz de vencer sozinha.
“Ela é algo híbrido, combinando o espírito de competição capitalista e os valores chineses, encarnando o aumento do poder tecnológico da segunda economia mundial”, avalia a revista francesa. Quando volta para a China, Jean investe essa ambição em um novo projeto: a direção da startup Didi Chuxing. A empresa é fruto da fusão entre dois aplicativos locais de gestão de serviços de taxi, que decidiram se unir para recuperar o terreno que o Uber vinha conquistando no país.
Uber jogou a toalha após ter gasto mais de US$ 1 bilhão no mercado chinês
A transação aconteceu no momento em que o gigante americano já havia gasto mais de US$ 1 bilhão e penava para se implantar no maior mercado online do mundo. Didi aproveitou o instante de fraqueza do Uber e se ofereceu para assumir as operações da empresa no país, em troca de uma participação no capital do aplicativo americano, conta "Le Point".
Desde que absorveu o Uber, o aplicativo tem praticamente o monopólio do mercado chinês, com 500 milhões de usuários. E esse sucesso se deve ao fato de que a Didi, que se apresenta como “a maior plataforma móvel de transporte no mundo”, conhece melhor os hábitos dos chineses que o partido comunista, explica o texto. Principalmente graças ao sistema de dados coletados durante as 30 milhões de corridas diárias, em 400 cidades diferentes, ao ponto de servir de consultora para o governo sobre temas ligadas ao tráfego na China, um dos principais problemas das metrópoles do país. Hoje, o grupo tem 10 mil empregados, metade deles engenheiros ou especialistas de big data, pontua a revista.
O grupo Didi ainda não gera lucros, e pretende fazer sua entrada na Bolsa de Valores apenas no ano que vem. “Para seduzir os investidores, a empresa deve continuar crescendo”, analisa o texto. Por enquanto essa vontade se manifesta por meios das parcerias com os antigos rivais do Uber, como Brab e Lyft na Ásia ou a estoniana Taxify, na Europa. Mas a gigante chinesa também está de olho em novos mercados, como o brasileiro, pois comprou o aplicativo 99, além de ter se lançado com seu próprio nome na Austrália, México e prepara sua chegada no Japão, completa a reportagem da revista francesa "Le Point".
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