Nigéria diz que 110 garotas estão desaparecidas após ataque do Boko Haram
O Ministério da Informação da Nigéria disse que 110 garotas estão desaparecidas após um ataque a uma escola no nordeste do país, cujos autores são suspeitos de serem membros do Boko Haram, no que pode ser um dos maiores sequestros desde Chibok, em 2014.
Os militantes do grupo islâmico alcançaram notoriedade internacional ao sequestrarem mais de 270 estudantes da cidade de Chibok. O caso atraiu atenção global para a insurgência e gerou uma campanha de mídias sociais chamada "Bring Back Our Girls".
O Boko Haram, cujo nome traduz para "Educação ocidental é proibida" na língua Hausa que é falada amplamente no norte da Nigéria, matou mais de 20 mil pessoas e forçou dois milhões a fugirem de casa em uma insurgência violenta que começou em 2009.
O presidente Muhammadu Buhari, o ex-militar de 75 anos que foi eleito em 2015 ao prometer que destruiria o Boko Haram, descreveu o desaparecimento das garotas no ataque de segunda-feira, na cidade de Dapchi, no estado de Yobe, como um "desastre nacional".
Os insurgentes entraram dirigindo na cidade de Dapchi, na segunda-feira, e atacaram as estudantes, fazendo com que centenas de estudantes fugissem. Alguns dos agressores estavam camuflados, e testemunhas afirmam que vários estudantes pensaram que se tratavam de soldados.
"O governo federal confirmou que 110 estudantes do Colégio Técnico Governamental de Ciência em Depchi, no estado de Yobe, estão desaparecidas, após rebeldes que seriam de uma facção do Boko Haram terem invadido a escola na segunda-feira", disse o Ministério da Informação, em um comunicado.
Houve confusão em relação ao número de desaparecidas, com estimativas indo de aproximadamente 50 para mais de 100. A polícia estatal, o governo de Yobe e outras fontes deram números diferentes, enquanto um pai representando as famílias das garotas desaparecidas disse à Reuters, na sexta-feira, que 105 estavam desaparecidas.
O governo de Yobe piorou a confusão ao dizer, na quarta-feira, que dúzias de garotas haviam sido resgatadas, apenas para, no dia seguinte, emitir um comunicado dizendo que as estudantes ainda estavam desaparecidas, motivando a ira dos moradores locais.
A força aérea da Nigéria, neste domingo, disse que o chefe de gabinete aéreo havia "direcionado o imediato deslocamento de ativos aéreos e de funcionários das forças aéreas para o nordeste com a única missão de conduzir buscas diurnas e noturnas para encontrar as garotas".
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