Conteúdo publicado há 1 mês

Homem mata ex-companheira e o pai dela a facadas na frente dos filhos no PR

Um homem matou a ex-companheira, de 34 anos, e o pai dela, de 61 anos, a facadas na frente dos filhos em Toledo, no oeste do Paraná. O crime ocorreu por volta das 23h da segunda-feira (18).

O que aconteceu

Vítimas foram identificadas como Gabrielle de Lima Rodrigues e Vicente José Rodrigues. A mulher era professora em uma escola municipal da cidade desde 2021. O crime ocorreu no bairro Jardim Coopagro.

O suspeito de cometer o crime é o ex-companheiro de Gabrielle. De acordo com a Polícia Militar do Paraná, ele tentou cometer suicídio, mas foi preso em flagrante. O homem foi identificado como Gilvan Francisco Rech, 36.

O pai da professora foi morto ao tentar defender a filha. Um vizinho contou à PM que presenciou o crime e conseguiu resgatar as crianças, de três e onze anos, e as levou para sua casa. Em seguida, acionou o Samu e a polícia. Ele relatou que entrou na casa após ouvir pedidos de socorro dos filhos.

Vizinho disse que o suspeito havia saído pelos fundos da casa. O homem foi encontrado pela polícia com uma faca cravada no peito, mas ao perceber a presença dos agentes, jogou o objeto no chão. Ele foi encaminhado ao Hospital Bom Jesus sob escolta policial.

Vítimas morreram no local. Os policiais constataram pela janela da sala dois corpos no chão, com sangue espalhado por todo local, de acordo com informações do boletim de ocorrência.

O Conselho Tutelar também foi acionado para atendimento as crianças. A Polícia Civil do Paraná investiga o caso e ouvirá testemunhas, como familiares e vizinhos.

O UOL não localizou a defesa de Gilvan Francisco Rech. O espaço segue aberto para manifetação.

Professora tinha medida protetiva contra ex

Gabrielle de Lima Rodrigues pediu uma medida protetiva contra o ex-companheiro no começo de março. O pedido à polícia foi após uma discussão em que ele pegou o celular e uma faca que estava na cozinha, dizendo para ela "vamos resolver isso", informou a Polícia Civil. Eles estavam em processo de separação, segundo o sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná.

Continua após a publicidade

No mesmo dia da ameaça, o homem tentou tirar a própria vida, mas mulher impediu. Conforme registro no boletim de ocorrência, ele teve uma discussão com Gabrielle por ela ter dito que dormiria na casa da mãe dela e, por isso, tentou se suicidar e foi impedido pela ex. Cena foi presenciada pelo filho mais velho.

Outra medida protetiva foi expedida e retirada em 2019. "Em 2019, tem um boletim de ocorrência dela contra ele com expedição de medida protetiva. Logo após, ela pediu a retirada de medida protetiva porque estava convivendo de forma amistosa com ele", segundo o delegado Alexandre Macorin explicou à Universa.

Prefeitura e sindicato lamentam morte

O sindicato manifestou "profunda indignação" após assassinatos. "O fato evidencia o sentimento de posse do assassino sobre a ex-companheira, característica de uma sociedade estruturada pelo machismo que segue deixando vítimas fatais, sobreviventes e secundárias, como os filhos", diz nota.

Movimentos de mulheres estão organizando um ato para cobrar justiça pela morte de Gabrielle. A mobilização deve ocorrer no Largo Municipal de Toledo. "Reiteramos a cobrança por celeridade na apuração e na aplicação das medidas cabíveis contra o feminicida, além do fortalecimento de políticas públicas para a superação de todas as formas de violência contra as mulheres", acrescentou o sindicato.

Em nota, a prefeitura da cidade lamentou o crime. A Secretaria Municipal de Educação informou que Gabrielle de Lima Rodrigues atuava na Escola Municipal Ecológica Professor Ari Arcassio Gossler. "A servidora foi vítima de feminicídio. Em nome de todos os toledanos, o gabinete do prefeito, estende suas condolências aos familiares e amigos", publicou a administração municipal.

Continua após a publicidade

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, é possível enviar mensagem para o número (61) 99611-0100; ou pelo Telegram, basta digitar "Direitoshumanosbrasil" na busca do aplicativo. Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será feito pela equipe do Disque 100 ou do Ligue 180.

Deixe seu comentário

Só para assinantes