Maria Ribeiro: 'Aprender a ouvir nosso corpo pode ser emocionante'
Volta e meia eu ouço as minhas amigas reclamando ou de cólica, ou dos sintomas da menopausa, ou das consequências da maternidade. Eu entendo todas as queixas, gente. Eu já passei por todas elas. Agora, eu estou entrando na menopausa. Mas eu acho que a questão, para mim, acaba se resumindo em uma só: até que ponto a gente está realmente conectada com o nosso corpo?
Porque, no fundo, é mais ou menos isso: a gente só pode lidar com o que a gente tem intimidade, com o que a gente conhece. Eu fui mãe aos 27, depois aos 34, e estou atenta às mudanças do meu corpo desde que eu iniciei minha vida sexual, aos 17 anos de idade.
E, se eu já tive várias versões da mulher que sou hoje, o mesmo se deu com os cuidados com a minha saúde, dos exames de sangue mensais —que eu fazia quando eu estava grávida—, passando pela rotina anual de mamografia, que começou ali pelos 40 anos, às idas frequentes à minha ginecologista, a prevenção ao câncer de mama e às ISTs.
Mas fazer disso um lugar de prazer. Prazer de se cuidar. Depende muito da gente conseguir ver beleza em cada uma das fases das nossas vidas. E se a gente está passando por esses momentos, é porque a gente tá viva, né?
Então, acho que assim: aprender a ouvir o nosso corpo, que, no final das contas, é a nossa casa mais constante, não precisa ser sofrido. Ao contrário: pode ser bonito, pode ser emocionante. Pelo menos para mim, sempre gostei de uma novidade, tudo é motivo para eu me conhecer cada vez mais para me conhecer melhor.
Tanto que eu acabo escrevendo e falando sobre tudo isso, então eu sugiro que vocês não percam essa oportunidade. Se conhecer sempre vale a pena.
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