Conteúdo publicado há 7 meses

Jovem é baleada por PM após reagir a importunação sexual no Pará

Uma jovem de 24 anos foi baleada no abdômen após reagir a uma importunação sexual cometida por um policial militar no Pará, informaram familiares à polícia.

O que aconteceu?

Catharina Palmerin estava em um ponto de ônibus do bairro Guamá quando o caso foi registrado, no domingo (3).

Vídeos do local mostram que o sargento Artur dos Santos Junior fica parado em um carro falando com a vítima, que se afasta dele. Pouco depois, é possível ver que o homem se aproxima dela, ela reage e os dois entram em luta corporal.

Ele a estuprou passando as mãos nas partes íntimas dela. Ela reagiu e eles foram para a luta corporal. Ela tinha um canivete na bolsa porque é estagiaria do último ano de enfermagem. Usa o canivete para abrir embalagens. Ela se defendeu.
Debora Palmerin, irmã da vítima, ao UOL

Artur foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e Catharina foi levada em estado grave para um hospital do Guará. Ela continuava internada na UTI na manhã de hoje, segundo os familiares.

O sargento tinha sinais de embriaguez e não estava a serviço no momento do crime, segundo trecho do BO publicado na decisão judicial que manteve a prisão do PM. O caso é apurado pela Divisão de Crimes Funcionais.

Não há registro de advogado de defesa do sargento no sistema do TJPA. O UOL buscou o tribunal para saber informações sobre defensores do homem, mas não teve retorno sobre o assunto.

Em nota, a Polícia Militar informou que lamentou o ocorrido e informou que um inquérito policial foi instaurado para apurar o fato no âmbito institucional. O PM foi afastado das funções durante as investigações.

A violência sexual contra a mulher no Brasil

No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil.

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Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos.

O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados.

O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

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Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente.

Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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