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Vestido ficou mais caro: veja como renovar os looks sem comprometer o bolso

O vestido, peça que mais sofreu aumento de preços, está saindo 25% mais caro do que há um ano - iStock
O vestido, peça que mais sofreu aumento de preços, está saindo 25% mais caro do que há um ano Imagem: iStock

Beatriz Pacheco

Colaboração para Universa, em São Paulo

15/11/2022 04h00

Menos de cinco minutos na loja são suficientes para reforçar a máxima do brasileiro: "Está tudo caro". Para quem quer renovar os looks, o desafio é maior. Na área de vestuário, a inflação chegou a 20% nos últimos 12 meses. O vestido, peça que mais sofreu aumento de preços, está saindo 25% mais caro do que há um ano.

Nas araras, a diferença é significativa: um modelo básico de vestido não sai hoje por menos de R$ 129 na Zara e tem um valor mínimo médio de R$ 90 nas fast fashion nacionais. É realmente mais difícil se manter na moda com o orçamento apertado, mas nem tudo está perdido.

Nesse cenário desafiador, a economia circular ganha destaque, com peças usadas e de coleções passadas a preços mais baixos que os lançamentos. "O mercado de revenda de roupas e acessórios está em expansão, e as opções estão se multiplicando com o investimento de grandes grupos varejistas", diz a consultora de estilo Leila Medeiros.

Surgem também novos competidores, como a Shein, que aposta na renovação rápida das coleções, baseada nos looks que bombam nas redes sociais. Pela plataforma, um vestido básico tem valor inicial de R$ 30. Popularizada pelos preços bem abaixo do mercado, a marca está trazendo a primeira experiência de compra física para o Brasil neste mês.

Se há uma parte do "copo meio cheio" na crise, talvez ela esteja nessa capacidade de renovação do comércio. Para navegar nesse ambiente sem cair em ciladas, no entanto, é preciso alguma familiaridade com as novas dinâmicas do mercado fashion. Pensando nisso, Universa reúne a seguir dicas de especialistas de como renovar o guarda-roupa sem sobrecarregar o bolso.

Garimpo inteligente

Garimpo - iStock - iStock
"Na hora de comprar, costumo usar a lógica do 'um para três': toda peça precisa render pelo menos três looks diferentes", diz consultora
Imagem: iStock

Calma, garimpeira, respira. Nos brechós, outlets e em comércios de ponta de estoque, onde as peças podem ser até 90% mais baratas que os lançamentos, é comum cair nas armadilhas da compra por impulso. Mas nem todo item barato é uma boa compra.

"Não é porque uma roupa custa menos que ela vale a pena. Costumo usar a lógica do 'um para três': toda peça precisa render pelo menos três looks diferentes. Assim, não sobrecarrego o armário com mais do mesmo e ainda economizo em compras dispensáveis, mesmo que mais baratas", conta a consultora de estilo.

Para quem está começando a jornada no garimpo fashion, Leila recomenda apostar em acessórios e peças complementares, como os casacos. Para as já iniciadas nos brechós e saldões, a especialista lembra de sempre checar o estado de conservação e experimentar as peças, já que as roupas usadas podem ter passado por ajustes e, em pontas de estoque, podem ter defeitos de fabricação.

"Outro ponto é, sempre que possível, buscar lugares que investem em curadoria, especialmente para verificar a autenticidade das marcas. Aplicativos e bazares são ótimas opções, mas exigem atenção extra ao estado e originalidade das peças", explica.

Compra planejada

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Especialista sugere fazer um raio-x das despesas fixas e só então definir uma cota para os gastos com roupas
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Imitar uma ida ao mercado na hora de comprar roupas é outro caminho para organizar as finanças. O primeiro passo é olhar os armários e checar o que já tem, depois, montar a lista. "Gosto de dividir essa lista em duas partes, uma com o que é prioridade, e a outra parte, mais enxuta, de peças para atualizar o armário", indica a especialista.

Para a educadora financeira Fernanda Prado, não existe uma fórmula única para definir esse orçamento de vestuário. Uma pessoa em trabalho remoto terá uma demanda diferente de quem lida com atendimento ao público no dia a dia, por exemplo.

A saída, explica a especialista, é fazer um raio-x das despesas fixas e só então definir uma cota para os gastos com roupas. "A ideia é que a pessoa use esse valor como referência para orientar o comportamento de consumo. Se ela tiver um orçamento mensal de R$ 300 para comprar roupas, por exemplo, mas fizer uma compra de R$ 600, pode parcelar desde que lembre que não poderá fazer novas despesas com isso no mês seguinte", diz Fernanda.

Bazares de troca

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Da perspectiva financeira, além de mais poder de negociação, os bazares também permitem driblar as taxas dos sites de venda
Imagem: iStock

Bazares são cada vez mais comuns entre influenciadores digitais e círculos de amigos. Mais que abrir espaço no armário e fazer uma renda extra, eles são boas alternativas para as trocas de peças. Esses ambientes são mais convidativos para sair da zona de conforto por colocar as compradoras em contato com novos estilos.

Da perspectiva financeira, além de mais poder de negociação, os bazares também permitem driblar as taxas dos sites de venda de peças usadas ao passo que estimulam a circularidade.

Tendência forte entre suas clientes, a consultora de estilo Leila Medeiros vê nos bazares a força de abrir novos caminhos para a moda. "Sou fã dos bazares de troca, em que cada pessoa leva suas peças e as usa como moeda de troca. No fim, todo mundo sai com novidades sem precisar mexer com dinheiro."