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Fila e caos: 7.000 pessoas passam pela Shein no 1º dia em SP, diz shopping

Beatriz Pacheco

Colaboração para Universa, em São Paulo

12/11/2022 17h07Atualizada em 12/11/2022 23h28

Perto das 10h da manhã, hora programada para a abertura da Shein no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, começaram a pipocar a internet os primeiros vídeos de tumulto e confusão para entrar na loja. A Shein é uma marca de roupa considerada ultra fast fashion, que vende tudo-quanto-é-tendência a preços infinitamente menores do que qualquer outra loja que você conheça. Talvez por isso o rebuliço.

Segundo o coordenador de operações do shopping, 7.000 pessoas passaram pelo Vila Olímpia neste sábado (12) com intenção de visitar a loja —mas um número bem menor conseguiu. De acordo com a assessoria da marca, houve cerca de mil clientes atendidos ao longo do dia todo. A organização acabou decidindo por fechar a loja bem antes do programado —às 17h30, em vez de 21h30— por causa da dificuldade em organizar os clientes, que formaram filas imensas na esperança de conseguir entrar.

Há relatos na internet de pessoas esperando pela inauguração desde as 6h. As filas davam voltas no quarteirão onde fica o shopping. A empresa precisou dividir os clientes em grupos e adotar turnos para a entrada de consumidores na loja. A multidão foi dispersada por volta das 13h.

Segundo pessoas que estavam no local, o motivo da briga foi a chegada de pessoas que seriam preferenciais, com crianças de colo, pedindo a priorização na entrada. Quem estava na fila se revoltou, houve bate-boca e até agressão física. Algumas pessoas foram retiradas pela segurança do shopping.

Às 17h30 pontualmente a loja foi fechada, e apenas as pessoas com senha tinham garantia de entrar, a partir desse horário. Ainda assim, muita gente seguiu na fila, na esperança de conseguir alguma brecha ou a vaga de algum desistente.

Multidão espera a vez de entrar na Shein, que abriu neste sábado em São Paulo - Beatriz Pacheco/UOL - Beatriz Pacheco/UOL
Multidão espera a vez de entrar na Shein, que abriu neste sábado em São Paulo
Imagem: Beatriz Pacheco/UOL

Entre os dias 12 e 16 de novembro, os visitantes de São Paulo que forem à loja poderão experimentar e comprar 11 mil peças disponibilizadas pela Shein. A empresa já confirmou que não haverá reposição de estoque. Isso significa que, caso as peças para venda se esgotem antes do período de funcionamento (em algum momento antes do dia 16), a loja continuará funcionando, mas apenas como mostruário, num formato de experiência com a marca.

Nova estratégia para domingo

No fim da tarde de sábado, a Shein soltou uma nota afirmando que "após os episódios de confusão entre clientes e as filas com até oito horas de espera, mudou algumas regras de atendimento da sua loja física temporária".

Neste domingo (13), o espaço será aberto excepcionalmente às 10h —diferentemente do horário do comércio de shopping, que costuma abrir às 14h. Serão distribuídas 500 senhas para visitar a loja, respeitando a ordem de chegada. Os grupos de entrada serão formados por 40 pessoas, o dobro do liberado no sábado. Mas o tempo de permanência para compras segue sendo de 20 minutos.

Na segunda-feira (14) e na quarta-feira (16) serão 800 senhas. Na terça (15), que é feriado, serão distribuídas 500 novas senhas. Será permitida a entrada no provador com apenas quatro peças por cliente.

A distribuição de senha, a princípio, será para o dia. Então, para os próximos dias, as pessoas precisam ir à loja pela manhã para conseguir garantir que entrarão.

A Shein divulgou ainda, em sua nota, que "devido ao grande sucesso no primeiro dia de abertura de sua primeira loja pop-up em São Paulo, a empresa atuou rapidamente, em conformidade com a segurança do Shopping Vila Olímpia, para controlar as situações adversas relativas à aglomeração de pessoas, dentro e fora do shopping".

E acrescentou que "para garantir a segurança de todos e oferecer a melhor experiência de compra para os seus clientes", definiu as regras de divisão de grupos, limite de peças e de tempo na loja, além da distribuição de senhas.

Próximo destino: Belo Horizonte

A Shein anunciou que levará a experiência de loja para Belo Horizonte em dezembro deste ano, mas as datas e a localidade exata ainda não foram definidas. Será a segunda jornada da marca com as vendas físicas no país em menos de dois meses, já que o Brasil se tornou uma das principais apostas da empresa para fortalecer sua presença na América Latina.

De acordo com a assessoria de imprensa, a companhia ainda não tem novas diretrizes para a loja na capital mineira, que, a princípio, seguirá o mesmo modelo de São Paulo. Após atrair uma multidão de milhares de pessoas neste sábado (12), o que provocou brigas, discussões e muitas reclamações da parte do público, o modelo de organização do fluxo de clientes pode mudar.

Segundo a empresa, "faz parte do processo corporativo levar aprendizados para reorganização interna, embora ainda não seja possível falar de mudanças para a próxima aventura da Shein no Brasil".