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Quer companhia para o Carnaval? Veja dicas de livros escritos por mulheres

Estão na lista romances superesperados, como o novo livro de Rachel Cusk - tapui/Getty Images/iStockphoto
Estão na lista romances superesperados, como o novo livro de Rachel Cusk Imagem: tapui/Getty Images/iStockphoto

Nina Rahe

Colaboração para Universa, de São Paulo

22/04/2022 04h00Atualizada em 22/04/2022 10h43

Para quem estava se guardando para quando o Carnaval chegasse, e via no feriado prolongado uma oportunidade de deixar de lado a correria do dia a dia e colocar a leitura em ordem, Universa listou os títulos mais legais que acabam de chegar às livrarias.

Estão na lista romances superesperados, como o novo livro de Rachel Cusk, e a obra "A Camareira", que ganhará versão para os cinemas, além de títulos de autoras quase esquecidas, como Chrysantème, importante nome da literatura no século 20 —todos, é claro, de autoria feminina. Veja a seguir.

"A camareira", Nita Prose - Divulgação - Divulgação
"A camareira", Nita Prose
Imagem: Divulgação

"A camareira", Nita Prose (Intrínseca)
Esta obra de suspense, que teve seus direitos de filmagem adquiridos pela Universal e será adaptada para o cinema, traz como personagem central Molly, uma camareira de pele tão pálida quanto os lençóis brancos que tira e coloca nas camas todos os dias, e que tem como único prazer realizar seu trabalho de forma impecável. Acostumada a passar despercebida no sofisticado Hotel Regency Grand, sua vida muda quando ela se depara com o riquíssimo Charles Black morto na cama de sua suíte.

"Segunda casa", de Rachel Cusk (Todavia) - Divulgação - Divulgação
"Segunda casa", de Rachel Cusk (Todavia)
Imagem: Divulgação

"Segunda casa", de Rachel Cusk (Todavia)
Neste lançamento, a autora canadense famosa pela trilogia "Esboço" retoma temas que lhe são caros, como a maternidade e a vida profissional da mulher. A narrativa, inspirada nas memórias da americana Mabel Dodge Luhan, traz a personagem M, mãe e escritora de meia-idade, sem muito prestígio no meio. Ela recorre à imagem do fogo para explicar a reviravolta na rotina pacata que leva ao lado do marido, Tony, após a chegada de L, um artista plástico que se hospeda na cabana, "a segunda casa", localizada na propriedade do casal.

"Pança de Burro", Andrea Abreu (Cia das Letras) - Divulgação - Divulgação
"Pança de Burro", Andrea Abreu (Cia das Letras)
Imagem: Divulgação

"Pança de Burro", Andrea Abreu (Cia das Letras)
Traduzido para mais de 10 países, com mais de 70 mil exemplares vendidos na Espanha, este livro de Andrea Abreu explora a amizade entre duas adolescentes nos anos 2000. Seu título faz referência a um fenômeno meteorológico do norte das Canárias, quando nuvens pesadas e baixas formam uma espessa camada sobre a terra, e serve para ilustrar as contradições do machismo e da desigualdade social, o despertar da sexualidade e as complexidades da amizade feminina, em que convivem sentimentos como amor, inveja e desejo.

"As maravilhas", de Elena Medel (Todavia) - Divulgação - Divulgação
"As maravilhas", de Elena Medel (Todavia)
Imagem: Divulgação

"As maravilhas", de Elena Medel (Todavia)
"Até para protestar, é preciso dinheiro", diz María, uma das personagens deste romance de Elena Medel que se passa no final da ditadura franquista até a explosão do feminismo. No livro, a história de María, que no fim dos anos 1960 deixa sua cidade natal para trabalhar em Madri, cruza-se com a de Alicia, que percorre o mesmo caminho 30 anos mais tarde. É uma narrativa sobre afetos, responsabilidades e expectativas, mas, acima de tudo, sobre como a falta de recursos financeiros pode determinar a vida de alguém, matando, pouco a pouco, todos os seus sonhos.

"Viver uma vida feminista", Sara Ahmed (Ubu) - Divulgação - Divulgação
"Viver uma vida feminista", Sara Ahmed (Ubu)
Imagem: Divulgação

"Viver uma vida feminista", Sara Ahmed (Ubu)
O que significa, na prática, ser feminista? Neste livro, a escritora e acadêmica anglo-australiana responde por meio de uma teoria ancorada em suas próprias vivências como feminista --na academia, como professora; na família, como filha; e na vida pessoal, como lésbica. Neste compêndio teórico e afetivo, Sara Ahmed reflete sobre como, na maioria das vezes, as feministas são vistas como um incômodo nos diversos meios em que circulam e acabam alienadas. Não esconde também os sentimentos de raiva, frustração e revolta que surgem em razão dessa realidade.

"Os coadjuvantes", Clara Drummond (Cia das Letras) - Divulgação - Divulgação
"Os coadjuvantes", Clara Drummond (Cia das Letras)
Imagem: Divulgação

"Os coadjuvantes", Clara Drummond (Cia das Letras)
Neste livro "meio cômico, meio triste", como diz a própria narradora, que é o terceiro romance de Clara Drummond, a autora apresenta um retrato mordaz de uma geração que, embora apresente alguma consciência social, segue sua vida de privilégios sem maiores questões. O que fica latente quando a jovem curadora Vivian, que vive do dinheiro da sua família enquanto realiza trabalhos mal remunerados em instituições prestigiosas, vê seu caminho se cruzar com o de Darlene, uma ambulante que vende cervejas.

"Enervadas", Chrysanthème (Carambaia) - Divulgação - Divulgação
"Enervadas", Chrysanthème (Carambaia)
Imagem: Divulgação

"Enervadas", Chrysanthème (Carambaia)
Pseudônimo de Cecília Bandeira de Melo Vasconcelos, a escritora Chrysanthème é um dos principais nomes de autoria feminina no início do século 20. Neste romance de 1922, ela realiza uma crônica das classes abastadas do Rio de Janeiro na República Velha, enquanto destila sua crítica contra a submissão reservada às mulheres. Sua personagem, Lúcia, recebe o diagnóstico médico de "enervada", como a ciência da época classificava uma gama de mulheres consideradas insatisfeitas. "Ao homem, tudo é perdoado, explicado, permitido; à criatura do sexo feminino, uma vez infeliz na escolha do companheiro da existência, tem diante de si o isolamento, a tristeza, a calúnia, a maldição?", escreve a protagonista.

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