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Ex e atual: comparações que são importantes, sim, de fazer entre os dois

Em alguns casos, compara relacionamentos ajuda a separar as boas experiências das ruins. - vitapix
Em alguns casos, compara relacionamentos ajuda a separar as boas experiências das ruins. Imagem: vitapix

Heloísa Noronha

Colaboração para Universa

19/07/2020 04h00

Diz o ditado popular que "quem vive de passado é museu". Na maioria dos casos, comparar o atual parceiro com ex não é mesmo uma boa: pode revelar um certo apego ao passado ou um sentimento mal resolvido. No entanto, comparar faz parte da natureza humana e pode, inclusive, nos fazer amadurecer emocionalmente e ajudar a separar as boas experiências das ruins.

Embora as comparações sejam tidas como desnecessárias e até desrespeitosas para muita gente, pois não existe uma pessoa igual à outra, na opinião da psicóloga Rejane Sbrissa, de São Paulo, elas consistem num aprendizado bastante benéfico. "É preciso pensar bem antes de fazer comparações. O ideal é se elas ajudam a relação evoluir e não para provocar ciúmes ou desqualificar o par atual. Se uma mulher teve um ex possessivo, por exemplo, certamente vai tentar sondar bastante o novo parceiro para identificar sinais que 'entregam' que ele também pode agir de forma controladora em algum momento da relação", explica.

Pode até parecer estranho, mas segundo especialistas, um dos momentos que pode ser positivo refletir sobre experiências anteriores é no começo de um novo relacionamento. "Na fase dos primeiros encontros do casal, quando ainda estão se conhecendo, ambos podem fazer uma triagem sutil de possíveis comportamentos anteriores a fim de sacar a postura e conferir expectativas", diz a sexóloga Danni Cardillo, do Rio de Janeiro (RJ).

Para Joselene L. Alvim, psicóloga especialista em neuropsicologia do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), as comparações são inevitáveis e ajudam a determinar a continuidade ou não do romance. "Lembrar o que o ex tinha de melhor em alguns aspectos pode ser motivador para estimular o atual a desenvolver tais aspectos positivos. Ou, ao contrário, servir para que a mulher reflita que não vale a pena insistir na relação, conforme o aspecto comparado", afirma.

Alguns defeitos, em especial, podem servir de alerta vermelho. Por exemplo: se o novo crush se demonstrar ser mais explosivo que o antigo namorado. É o tipo de particularidade que salta aos olhos. "E, nessa condição, a dificuldade de dialogar ou até mesmo ter uma comunicação assertiva por receio do parceiro explodir, faz lembrar que o ex era calmo, mais aberto a escutar e, consequentemente, mais propenso a acordos", diz Joselene. Também é uma forma de fazer melhores escolhas e a "vantagem" para o lado do ex nem sempre significa saudade ou desejo de reatar. Se por exemplo, você sente que em seu novo relacionamento o parceiro ou parceira não incentiva ou comemorar suas conquistas com aquele ex que, independente do motivo pelo qual terminaram, sempre ficava sempre na torcida por seu próximos passos profissionais, por exemplo, não quer dizer que você deva reatar mas apenas notar que, sim, pode ter uma relação mais saudável nesse sentido.

Comparar também permite se policiar e evitar repetir erros. "Brigas, diferenças, falta de respeito... Tudo aquilo que você lembrar de ruim sobre a antiga relação pode servir como parâmetro para definir como agir e tentar fazer diferente. As comparações servem para nos fazer crescer, não para repetirmos ou acusarmos o próximo amor das mesmas coisas", diz Joselene.

No entanto, é preciso tomar cuidado com exageros. "O excesso de comparações pode expressar uma dificuldade de construir uma nova realidade com o parceiro atual. E, caso verbalize o hábito de equiparar o novo amor ao ex, provavelmente seu novo relacionamento estará fadado ao fracasso, pois você pode deixar o parceiro atual inseguro em relação às suas expectativas", fala a psicóloga Alessandra Augusto, do Rio de Janeiro. Ou seja, feita as comparações necessárias, trate de deixar o passado para trás e focar nos sentimentos e experiências da relação que pretende construir. Foco no presente - e no futuro!