Topo

Influencer que disse evitar contratar mulheres se retrata: "Fala infeliz"

Luiza Souto

De Universa

30/06/2020 19h12

Em março, a nutricionista e influencer Lara Nesteruk publicou um vídeo em seu Instagram dizendo que acha ruim a quantidade de direitos trabalhistas que o Brasil tem e que quem deveria arcar com os custos de uma mulher que fica grávida não seria a empresa que a emprega, mas a própria profissional. Agora, Lara postou um vídeo se retratando. Trata-se de um acordo entre ela e o Ministério Público do Trabalho de São Paulo, e a postagem foi veiculada às 13h desta quarta-feira (1º), e deve ficar no ar por 24h.

Na imagem, Lara cita cautela na hora de falar nas redes:"Fui muito infeliz tanto minha fala com na minha ação".

Influencer acha imoral arcar com os custos da mulher que fica grávida

Universa

Numa série de vídeos publicados nos seus Stories, Lara dizia que preferia não contratar mulheres que desejam ser mães, que não é possível contratar um número substancial de profissionais "com tudo isso de direito" e que nunca viu um lugar em que "a galera se encheu de direito e todo mundo cresceu".

Foi aí que recebeu o questionamento de uma seguidora sobre proteger o aleitamento materno. "Esse problema não é meu", ela respondeu. E então argumentou que quem teria que pensar nisso é quem quer engravidar.

Segundo Universa apurou, o Ministério Público do Trabalho recebeu diversas denúncias sobre o vídeo. Após um procedimento de investigação, Lara acabou firmando o termo de ajustamento de conduta (TAC) com o órgão, em que se comprometeu a fazer outro vídeo com uma retratação.

Conforme consta no documento, assinado em 16 de junho, ela assume a obrigação de divulgar anúncio e postagem com teor publicitário, pelo período mínimo de 24 horas, em suas redes sociais, contendo mensagem de combate às práticas discriminatórias nas relações de trabalho, notadamente contra as trabalhadoras gestantes. O material foi submetido à apreciação do Ministério Público do Trabalho antes da publicação.

Segundo o documento, ela ainda deve se abster de publicar ou fazer anúncios de trabalho, emprego ou estágio nos quais haja referência de gênero, idade, religião, cor, etnia, estado civil ou qualquer outra forma de discriminação, salvo quando a natureza da atividade exercida assim o exigir.

Universa procurou o advogado de Lara, Bruno Calfat, e não teve resposta até a conclusão desta reportagem.