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Naomi Campbell lembra rosto 'cinza' na Vogue: 'Não tinham base para mim'

"Eu lembro de fazer um trabalho na Itália e o maquiador me dizer: "Ah, não sabíamos que você era negra"", recorda a top model - Reprodução
"Eu lembro de fazer um trabalho na Itália e o maquiador me dizer: 'Ah, não sabíamos que você era negra'", recorda a top model Imagem: Reprodução

De Universa, em São Paulo

19/06/2020 22h36

Em entrevista ao programa Woman Hour, da rádio BBC 4, Naomi Campbell relembrou os desafios que enfrentou como uma das primeiras supermodelos negras.

Dentre os episódios que a marcaram, está a realização de um sonho: quando estampou a capa da Vogue Itália, em 1988. No entanto, a escassez de modelos negras impediu que essa fosse uma memória feliz.

"Eu lembro de fazer um trabalho na Itália e o maquiador me dizer: 'Ah, não sabíamos que você era negra.' Ele não tinha uma base para mim. Ele precisou misturar várias cores para chegar no meu tom, e tinha muito cinza", recordou a top model.

Naomi contou que ficou decepcionada com o resultado: "Eu lembro que, quando a capa foi publicada, eu só chorei. Eu queria tanto estar na capa dessa revista, era a Vogue Itália, mas eu não queria estar cinza. Eu passei por isso por muitos, muitos anos."

Para evitar novos momentos como esse, a supermodelo começou a levar sua própria maquiagem para os ensaios fotográficos que fazia. Hoje, ela espera que seus esforços tenham tornado o caminho mais fácil para as modelos negras:

"Eu não quero ter estado nessa indústria por tanto tempo e não facilitado as coisas para a próxima geração. Isso partiria o meu coração. Não quero que elas precisem se esforçar como eu me esforcei, mesmo gostando dos desafios por que passei. Eu subi ao nível deles. Eles não me esmagaram. Eles não me silenciaram."