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Preta Gil diz que sua maior inspiração é ela mesma: "Nunca tive referência"

Preta Gil na festa de Halloween da Sephora, em SP - Leo Franco/AgNews
Preta Gil na festa de Halloween da Sephora, em SP Imagem: Leo Franco/AgNews

Mariana Gonzalez

De Universa, em São Paulo

18/10/2019 13h24

Aos 45 anos, Preta Gil somou ao currículo de atriz e cantora atividades no mundo da moda e lançou, em setembro, sua própria linha de biquínis. Em entrevista para Universa na festa de Halloween da Sephora na noite de ontem, em São Paulo, ela disse que a maior inspiração para criar os modelos de moda praia foi a sua própria trajetória.

"Eu nunca tive muita referência enquanto mulher gorda que ama moda, não havia ninguém que me representasse. Obviamente me inspiro em muitas mulheres, mas tive que ser inventiva e criar a partir da minha própria história".

A cantora está em cartaz desde agosto com o monólogo musical Mais Preta Do Que Nunca, em que conta suas memórias e expõe episódios divertidos da infância e da juventude, antes de se tornar cantora. Ela comemora que gerações mais novas estejam à frente da sua no que diz respeito à representatividade.

"Hoje tem meninas mais novas que eu, mas que me representam e me inspiram muito", comenta. "Mas antes de mim, uma mulher gorda, que se amasse, que fosse considerada bonita, não existia".

"A mulher que é mãe não deixa de ser bruxa"

Preta Gil começou a temporada de Halloween usando vestido de couro preto, cheio de correntes, cabelo roxo e maquiagem digna de bruxa — o que, para ela, está longe de ser uma ofensa.

"Infelizmente a bruxa sempre foi uma figura muito deturpada, descaracterizada, sempre levaram a personagem pro lado negativo. A bruxa para mim nada mais é do que a nossa sensibilidade, nossa veia sensitiva", acredita. "Toda mulher é assim, a mulher que é mãe não deixa de ser bruxa. Eu tenho meu lado bruxa muito aflorado, respeito muito minhas intuições".

Durante o evento, Preta comemorou que o Halloween esteja sendo cada vez mais celebrado no Brasil. Para ela, a festa é bem-vinda porque é mais uma oportunidade de se expressar artisticamente.

"O espirito do Halloween, que é colocar para fora sua agressividade, eu levo o ano inteiro. Por mais que se brinque que é uma coisa macabra, eu não vejo dessa forma, sempre vi como uma festa artística, onde as pessoas se expressam mais".

"Ex-marido e melhor amigo de adolescência"

Na peça, Preta trabalha ao lado do filho, Francisco, e do pai dele, seu ex-marido Otávio Muller.

Para ela, trabalhar ao lado da família foi essencial no processo de voltar ao passado e resgatar memórias por vezes difíceis. "Otávio foi uma figura importantíssima porque, além de ser um diretor criterioso, é meu ex-marido e meu melhor amigo da adolescência, ele estava lá quando tudo começou", conta. "E o Francisco é o berço, o aconchego que eu precisei para expor essas histórias".