Homem acusado de se passar por namorado e estuprar estudante é absolvido

A estudante Abigail Finney caiu no sono abraçada com o seu namorado no dormitório dele na Purdue University, em West Lafayette, no estado americano de Indiana, enquanto três amigos dele dividiam o sofá depois de uma noite de vídeo games.
Durante a madrugada, ela relata ter sentido uma mão tocá-la por baixo da camiseta e se manteve em silêncio, para não acordar ninguém. De costas para o homem que a tocava, ela permitiu que os toques se seguissem e que a penetração acontecesse.
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Ela então se levantou para ir ao banheiro no quarto ainda escuro. Quando voltou para a cama, ela se deparou com Donald Grant Ward, um dos amigos de seu namorado.
"Eu me lembro dele rindo de mim. Era uma imagem perturbadora. Eu fiquei frenética, não entendia o que estava acontecendo", disse ao "Buzzfeed News" no sábado (1). Apavorada, ela mandou mensagens pedindo conselhos às amigas sobre o que fazer.
"Eu me sentia violada, aquilo parecia errado. Mas eu não sabia se era ilegal." Acompanhada do namorado, Abigail foi a um hospital e à delegacia.
Ela denunciou o caso, acontecido em fevereiro de 2017, mas Donald Grant Ward foi absolvido das acusações de estupro no primeiro semestre de 2018, já que a legislação de Indiana não pune o que os veículos da imprensa americana estão chamando de "estupro por fraude".
Como Abigail teria dado seu consentimento para o sexo acontecer, não importa o fato de que o acusado fingiu ser outra pessoa para obter este mesmo consentimento.
"Eu fiquei com muita raiva, senti como se tivesse desperdiçado um ano da minha vida porque eu deveria ter tentado me recuperar, mas eu estava reabrindo a ferida [durante a ação legal] continuamente. Minha terapeuta disse que o julgamento foi um segundo trauma", explicou.
Donald foi expulso do campus da universidade por um ano, no entanto. Já Abigail trancou a faucldade por um semestre, no qual fez tratamento para depressão e estresse pós-traumático, e voltou às aulas. Ela e o namorado continuam juntos.
O caso, contudo, iniciou um debate nos últimos dias entre congressistas do estado por mudanças na legislação que permite que violências como a que Abigail sofreu não sejam punidas. A estudante também afirmou ao "Buzzfeed" que pretende se mudar assim que se formar, para um lugar onde as leis sejam diferentes.
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