É preciso amar o trabalho? Esquecer essa crença vai ser bom para sua vida
A procura constante pela felicidade, principalmente na esfera profissional, pode provocar justamente o efeito contrário em nossas vidas. Primeiro, porque não é fácil achar um trabalho que faça os olhos brilharem, pelo menos no que diz respeito às expectativas recorrentes --satisfação, salário melhor do que a média do mercado, benefícios, colegas de equipe interessantes, empresa renomada, chefe motivador, perspectivas de crescimento e sucesso a médio e a longo prazo.
É claro que não há nada de errado em querer vê-las todas atendidas. Porém, quando uma ou outra não sai conforme o esperado, a tendência é achar que tudo é muito ruim, quando não é. Assim, manter uma visão menos romântica e mais realista do trabalho pode ajudar a colocar as coisas em perspectiva.
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"Não é com o que a vida te dá que você será feliz ou triste. O que você faz com o que a vida te dá é que vai fazer com que se sinta feliz ou triste. Portanto, aumente a percepção de si mesma para aceitar a realidade da vida. Ter uma postura mais realista perante a vida remodela os sentimentos e motiva a continuar e a tentar novos desafios", fala Silvia Donati, coach pessoal e profissional.
Primeiro, é importante se livrar da crença de que é preciso amar o que você faz para ser feliz. "A verdade é que precisamos nos entusiasmar com o que fazemos. É uma utopia achar que vamos sempre fazer aquilo que amamos, porque não vamos", diz Susanne Andrade, docente de disciplinas sobre carreira, coaching e liderança dos cursos de MBA da FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista). Ela usa o exemplo de uma pessoa apaixonada por fotografia que, do dia para a noite, decide largar tudo para viver da sua arte, pensando em se sustentar e crescer rapidamente. Isso é uma ilusão.
O sucesso só vai acontecer se a pessoa preparar o terreno e, aos poucos, crescer para alcançar aquilo que deseja. Para tudo que queremos conquistar, existe um caminho para seguir, se aperfeiçoando sempre. E, no meio desse caminho, nem sempre será possível fazer aquilo que de fato gosta, mas podemos nos entusiasmar e nos apaixonar por aquilo que fazemos.
De acordo com Susanne, essa segunda opção ajuda a enfrentar os momentos em que sentimos desânimo no trabalho pelo fato de olharmos apenas para os pontos negativos. "Nos apaixonamos pelo que fazemos quando entendemos qual o sentido que esse trabalho traz para nós. Meu conselho é: identifique o seu propósito e descubra como desenvolver algo que está conectado a ele dentro de uma empresa. A mudança nem sempre ocorre apenas nas nossas atividades, mas na forma em que estamos encarando o trabalho, ou seja, na mentalidade. Dessa forma, é possível transformar a vida profissional em algo bacana", fala a coach, que também é autora do recém-lançado "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil" (Ed. Gente.) É recomendável, ainda, virar a chave do seu cérebro que a faz encarar o trabalho como uma espécie de tortura. Tente enxergá-lo como um espaço onde você pode se desenvolver e crescer.
Bons relacionamentos no trabalho: outra crença para abrir mão
Em geral, as avaliações negativas sobre o trabalho têm a ver com os colegas de equipe. As pessoas esperam ter bons relacionamentos no trabalho, mas nem sempre isso é possível. Como encarar o dia a dia com foco, força e fé, mesmo convivendo com gente infernal? Uma lição um tanto óbvia, mas que muita gente ainda resiste em assimilar, é compreender de uma vez por todas que nós não temos o poder de mudar ninguém, apenas a nós mesmos.
Na opinião de Silvia, nossa necessidade de sermos amados para sermos aceitos nos atrapalha muito na vida, e no trabalho não é diferente. "Quando passamos a entender que somos nós que nos incomodamos com o jeito de alguém ou que a simples presença dessa pessoa já nos causa irritação, conseguimos sentir que ela aflora nossos sentimentos mais ocultos, como rigidez, preconceito, intolerância ao diferente etc. Por isso, aumentar a percepção de si é a chave para as mudanças de postura, de pensamentos, de hábitos, de estilo de vida. Com isso, ganhamos mais equilíbrio para conviver em ambientes conflituosos", explica. O dia a dia fica menos árduo e você tem mais estabilidade emocional para perseguir seus objetivos.
Para Luzimar Rosa, especialista em PNL (programação neurolinguística) e consultora e representante da metodologia "I Have The Power" no Brasil, é preciso lembrar sempre que o seu direito termina quando o do colega começa. "Se uma pessoa não vai com a sua cara e fala o que bem entende, saiba que isso é um problema dela e não tem como você mudar essa situação. Faça a sua parte e deixe que ela faça a dela. Por quê? Se você levar isso ao chefe, ele pode não ter a mesma visão que você e o cenário só tende a piorar", avisa.
"Quando ocorre a relação com pessoas que não gostamos de estar próximos, devemos identificar as coisas em comum, gerar uma comunicação e trabalhar a nossa empatia. Quanto mais aprendemos a nos relacionar de maneira saudável com essas pessoas, mais beneficiados seremos. Se levarmos esse relacionamento como uma coisa 'infernal', podemos desenvolver estresse, depressão e ansiedade", completa Susanne.
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