Sobreviventes de estupro usam hashtag para contar por que não denunciaram
A hashtag #WhyIDidntReport está ganhando impulso e a solidariedade das internautas no Twitter.
Por meio dela, mulheres que sobreviveram a estupros estão compartilhando -- de forma extremamente corajosa -- suas histórias sobre o porquê não fizeram uma denúncia do caso quando foram vítimas da violência.
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O movimento é uma resposta a um tuíte feito pelo presidente norte-americano Donald Trump, que usou a mesma rede social para questionar o motivo pelo qual uma mulher demoraria anos para prestar uma queixa contra o agressor.
“Os radicais de esquerda querem envolver o FBI AGORA. Por que alguém não ligou para o FBI há 36 anos?”, escreveu ele, se referindo a um caso na Suprema Corte dos EUA.
Confira alguns dos relatos compartilhados pelas mulheres com a hashtag #WhyIDidntReport:
“Dois amigos da fraternidade dele [o estuprador] apareceram no meu dormitório no dia seguinte e ameaçaram me matar se eu contasse alguma coisa.”
“Ele era meu padrasto. Minha mãe, que era pastora, assim como ele, culpou os demônios da minha cama. Eu tinha 12 anos.”
“Outros 5 garotos ricos estavam no quarto do meu namorado na fraternidade da universidade. Eu era uma pobre que estudava graças a bolsa de estudos. Eu estava bêbada, drogada e no círculo que fumava um bongue. Como em um jogo de batata quente. Achei que ele me amava, eu estava envergonhada e com medo.”
“Eu tinha 12 anos. Ele tinha 14 e era meu ‘namorado’. Eu disse a minha ‘amada’ mãe que tinha sido estuprada e ela me respondeu: ‘bem, você não deveria ter ido até a casa dele.’ Me culpei por isso.”
“Porque eu não queria admitir o que tinha acontecido, nem para mim mesma.”
“Eu tinha 17 anos. Estuprada por um amigo. Estava confusa. Em negação. Com medo. Os pais dele eram ricos e bem relacionados com meus pais. Ele era um ‘bom’ aluno. As pessoas gostavam dele. O único amigo para quem eu contei disse: ‘ele nunca faria isso’. Achei que ninguém me ajudaria.”
“Porque eu era uma criança. Ele era meu tio e eu estava envergonhada e com medo. Não achei que alguém que me amasse pudesse me machucar.”
“Minha mãe disse que mataria qualquer um que me machucasse e, com 9 anos de idade, acreditei nela. Fiquei com medo que ela fosse presa.”
“Eu estava bêbada, ele era uma atleta do time do colégio. Eu não poderia ‘provar’ nada. Eu não o denunciei até eu ter um surto de estresse pós-traumático tão forte que fui parar em um hospital. 3 anos depois. Eu ainda vivo com isso diariamente.”
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